De acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as crianças e os adolescentes são “pessoas em condição peculiar de desenvolvimento” e devem ter prioridade absoluta em qualquer situação.
Para que os direitos da criança e do adolescente previstos no ECA sejam garantidos, foi criado o Sistema de Garantia de Direitos (SGD), que tem três eixos.
Promoção: Serviços e programas públicos governamentais e não governamentais que fazem com que os direitos previstos em lei se tornem realidade.
Defesa: Responsável pela defesa legal dos direitos das crianças e dos adolescentes e pela responsabilização daqueles que não os cumprem.
Controle: O eixo que visa ao cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Se a lei não é cumprida, pode-se denunciar para punir quem não a cumpriu. Todos fazemos parte desse eixo.
Esses três eixos devem funcionar em uma rede de atuação heterogênea, com diversos atores e funções, mas com uma missão única: garantir que sejam cumpridos os direitos da criança e do adolescente.
Acesse o nosso Guia de Referência:
Construindo uma Cultura de Prevenção à Violência Sexual e conheça.
Em parceria com a Childhood Brasil – que entra com o apoio técnico ao conteúdo – Fundação Vale e Unicef Brasil, o Canal Futura criou estas duas séries para abordar o tema: violência sexual praticada contra crianças e adolescentes.
Que exploração é essa? (2009) | Que abuso é esse? (2014)
As narrativas fazem uso da linguagem lúdica para tratar de uma das mais graves violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 1990, e aprofundar os debates sobre o tema.
É importante reconhecer situações de violência sexual para que se possa dar encaminhamento adequado para as vítimas e seus familiares e responsabilizar o agressor. O objetivo disso é o enfrentamento da situação e a amenização do trauma e das consequências sociais, psicológicas e físicas decorrentes dessa violação de direitos.
Em caso de suspeita, é importante ter um olhar cuidadoso e atento para identificar, no comportamento das crianças e dos adolescentes, sinais de violência doméstica e sexual. Observe os seguintes sinais:
Além disso, é essencial considerar:
A Violência Sexual
no ambiente familiar
A maior parte das incidências de violência
sexual acontece no ambiente familiar ou
próximo à família.
Não é fácil aceitar e tomar uma atitude quando se percebe isso. Mas a decisão de agir em defesa da criança/adolescente é obrigatória por lei, mesmo que acabe revelando segredos da família que muitos prefeririam esconder. Se você acredita que alguma criança ou adolescente da sua família está sendo vítima de violência sexual, você deve agir.
Conheça alguns dos
impactos da violência sexual dentro da família
Para mais informações, acesse o nosso Guia de Referência: Construindo uma Cultura de Prevenção à Violência Sexual.
Não é fácil aceitar e tomar uma atitude quando se percebe isso. Mas a decisão de agir em defesa da criança/adolescente é obrigatória por lei, mesmo que acabe revelando segredos da família que muitos prefeririam esconder. Se você acredita que alguma criança ou adolescente da sua família está sendo vítima de violência sexual, você deve agir.
O diálogo com crianças e adolescentes deve acontecer desde os primeiros anos da criança, já que o abuso ou a exploração sexual pode acontecer em todas faixas etárias. Estudos mostram que informações sobre o corpo humano e a sexualidade podem tornar crianças e adolescentes menos vulneráveis à violência sexual. Além disso, fornecem habilidades para que eles procurem ajuda em situações de risco.
Crianças e adolescentes que têm liberdade para falar com os pais, educadores ou responsáveis abertamente possuem maior proteção contra eventuais perigos.
Veja dicas de como escutar e dialogar com uma criança ou adolescente em um caso de revelação relacionada à violência sexual.
Conheça também dicas do que NÃO fazer ao conversar com uma criança sobre a violência sexual que ela pode ter sofrido:
Para facilitar o diálogo com crianças e adolescentes sobre esse tema importante, disponibilizamos abaixo a indicação de alguns materiais e conteúdos que tratam do tema da violência sexual, nossos ou de parceiros, voltados para crianças e adolescentes.
Pipo e Fifi
pipoefifi.com.br
Premiado livro que explica para as crianças, de forma simples e descomplicada, como diferenciar toques de amor de toques abusivos, apontando caminhos para o diálogo e a proteção.
Tartanina
tartanina.org.br
Idealizado por um grupo de psicólogas clínicas com experiência profissional no atendimento a vítimas de abuso sexual, Tartanina é um projeto dedicado à prevenção de todas as formas de violência.
Não me toca seu boboca
aletria.com.br/Nao-me-toca-seu-boboca
De maneira lúdica, o livro Não me toca, seu boboca! mostra a todas as crianças o que é a situação de violência sexual e o que fazer para evitá-la. Uma forma de oferecer segurança e informação às crianças sem perder o encantamento próprio da literatura. Escrito por Andrea Taubman e ilustrado por Thais Linhares.
Helpline
Saiba mais em:
safernet.org.br/helpline
Para quem procura orientação, a SaferNet Brasil oferece o serviço de ajuda contra crimes e violações dos direitos humanos na internet, com procedimentos efetivos e transparentes para encaminhar soluções. Conta com uma equipe de atendimento formada por psicólogos com treinamento adequado para atender, orientar e encaminhar denúncias, quando necessário. Os atendimentos são gratuitos e o número máximo de orientações pelo chat ou pelo e-mail é de 4 (quatro) encontros. A partir do segundo encontro, será preciso um termo de autorização dos pais para a continuidade da orientação de criança ou adolescente, conforme determina o Art. 8º do Código de Ética Profissional do Psicólogo.
CREAS
Saiba mais em:
aplicacoes.mds.gov.br
Os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) oferecem o atendimento direto e especializado a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Localize as unidades por estado ou município no portal do Ministério de Desenvolvimento Social.
Centro de valorização da vida (CVV)
Saiba mais em:
cvv.org.br
A proposta do Centro de Valorização da Vida (CVV) é fornecer apoio emocional gratuito a quem recorrer ao serviço, disponível por telefone (141), chat, VoIP, correspondência e de maneira presencial. Mais de 2.200 voluntários são responsáveis pelo atendimento. “Lidamos com qualquer assunto. Nosso objetivo é ouvir a pessoa que liga e entender o que ela está sentindo”, diz Adriana Rizzo, voluntária do CVV. A maior parte dos atendimentos estão relacionados à prevenção do suicídio. No entanto, a equipe está preparada para lidar com qualquer assunto, como a violência sexual contra crianças e adolescentes.
Como parte do Projeto Crescer sem Violência, da Childhood Brasil em parceria com o Canal Futura e o Unicef, a série Que Corpo É Esse? apresenta, de forma lúdica e suave, conceitos importantes sobre autoproteção, conhecimento do próprio corpo, respeito e segurança.
A internet é um ambiente democrático, dinâmico e sem fronteiras, que abre um universo de informações e possibilidades de comunicação. Mas ela tem riscos, como no “mundo real”.
O profissional da saúde que atende crianças e adolescentes é um grande aliado na identificação da violência sexual. O protocolo de atendimento às pessoas em situação de violência sexual é fundamental na identificação de sinais e encaminhamento dos casos.
Além de exercer a função vital de tratar danos físicos e psicológicos, o profissional da saúde deve notificar obrigatoriamente os casos identificados, segundo a portaria do Ministério da Saúde. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por exemplo, prevê punição em casos de omissão.
O relacionamento do profissional de saúde com as famílias das vítimas de violência sexual é fundamental para colher dados sobre os pacientes, tratar os danos e proteger a vítima contra novos episódios de violência.
Para reconhecer se houve violência sexual, o profissional de saúde deve observar alguns sinais e sintomas, sempre lembrando que eles não devem ser considerados isoladamente:
Ao atender uma criança ou adolescente vítima de violência sexual:
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Educadores e professores têm papel fundamental na proteção e orientação de crianças e adolescentes. Podem tanto aproveitar o espaço escolar para discutir temas importantes para a prevenção da violência sexual quanto observar mudanças de atitudes nos alunos, que podem ser indicadores de que estejam sofrendo violência sexual.
Por isso, o professor/educador deve estar preparado para observar, abordar e ouvir os alunos, além de saber como buscar ajuda de outros profissionais.
É importante ressaltar que a existência isolada de um dos indicadores não é significativa para a interpretação da presença de violência sexual. É necessário que os órgãos responsáveis pela investigação apurem se houve de fato ou não a agressão.
Veja como abordar ou escutar a criança ou adolescente caso você seja seu professor/educador:
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Para saber como falar sobre navegação segura na internet com crianças e adolescentes, clique aqui.
Quando falamos dos direitos das crianças e dos adolescentes, o papel dos profissionais de imprensa na sociedade vem carregado de uma imensa responsabilidade. É fundamental denunciar a violência contra crianças e adolescentes, incluindo a sexual, além de cobrar políticas públicas eficientes. Também é essencial informar caminhos para a prevenção, responsabilização do agressor e ações das instituições de proteção e atendimento às vítimas.
Mas, para isso, é preciso ter alguns cuidados ao produzir as matérias, pois quando o assunto é violência sexual, ainda tabu na sociedade, ou é muitas vezes é invisibilizado por pactos de silêncio, ou equivocadamente exposto por uma cobertura sensacionalista.
O profissional de comunicação que busque ter uma postura comprometida e ética não pode apenas registrar e denunciar os fatos, mas também abordar o tema sob a perspectiva dos direitos humanos.
Retratar os personagens preservando sua imagem é um desafio na cobertura jornalística. Mas é possível fazer um bom trabalho de informação e sensibilização da sociedade sem revitimizar as crianças e os adolescentes que sofreram violência.
Considere o seguinte para realizar uma boa reportagem:
Evite equívocos na cobertura jornalística com estas dicas:
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a preservação da imagem de crianças e adolescentes. Com isso, quem trabalha com filmagem ou fotografia tem o desafio da maneira de retratar os entrevistados sem expô-los. Assim como a palavra mal empregada, a imagem também pode reforçar preconceitos e tabus.
Seguem algumas dicas de boas práticas para utilização de recursos de imagem ao tratar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes.
Em textos jornalísticos, a terminologia usada exige muita atenção para não apelar para o sensacionalismo e não prejudicar o entendimento do fenômeno.
Confira outros termos no Glossário clicando aqui.
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