Informe-se

Informação é uma das maiores ferramentas no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes

Entenda mais sobre a causa

De acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as crianças e os adolescentes são “pessoas em condição peculiar de desenvolvimento” e devem ter prioridade absoluta em qualquer situação.

Para que os direitos da criança e do adolescente previstos no ECA sejam garantidos, foi criado o Sistema de Garantia de Direitos (SGD), que tem três eixos.

Promoção: Serviços e programas públicos governamentais e não governamentais que fazem com que os direitos previstos em lei se tornem realidade.

Defesa: Responsável pela defesa legal dos direitos das crianças e dos adolescentes e pela responsabilização daqueles que não os cumprem.

Controle: O eixo que visa ao cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Se a lei não é cumprida, pode-se denunciar para punir quem não a cumpriu. Todos fazemos parte desse eixo.

Esses três eixos devem funcionar em uma rede de atuação heterogênea, com diversos atores e funções, mas com uma missão única: garantir que sejam cumpridos os direitos da criança e do adolescente.

Acesse o nosso Guia de Referência:
Construindo uma Cultura de Prevenção à Violência Sexual e conheça.

Séries informativas

Em parceria com a Childhood Brasil – que entra com o apoio técnico ao conteúdo – Fundação Vale e Unicef Brasil, o Canal Futura criou estas duas séries para abordar o tema: violência sexual praticada contra crianças e adolescentes.

Que exploração é essa? (2009) | Que abuso é esse? (2014)

As narrativas fazem uso da linguagem lúdica para tratar de uma das mais graves violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 1990, e aprofundar os debates sobre o tema.

Que abuso é esse?

Que abuso é esse? | Episódio 01: Desmascarando o abuso

Dando continuidade ao Projeto Crescer Sem Violência, apresentamos a série “Que abuso é esse?”, parceria entre Childhood Brasil, Canal Futura, Fundação Vale e Unicef Brasil.
O primeiro vídeo da série tem como tema “Desmascarando o abuso” e informa como diferenciar exploração, pedofilia, assédio e estupro. Tudo com uma linguagem lúdica e de fácil entendimento.

Que abuso é esse? | Episódio 02: É só carinho

O segundo vídeo da série “Que Abuso é Esse?” mostra que, muitas vezes, o abuso sexual de crianças e adolescentes pode ter o “disfarce” de carinho. Nesse sentido, a escola tem papel fundamental em preparar a criança para que ela identifique os diferentes tipos de toque e peça ajuda ao se sentir ameaçada.

Que abuso é esse? | Episódio 03: Perigo no lar

O terceiro vídeo da série “Que Abuso é Esse?” aborda um problema que afeta diversas famílias: a violência intergeracional, caso em que o abusador já foi vítima no passado. O episódio revela também que a melhor alternativa para romper esse ciclo é por meio do tratamento psicológico ainda na infância.

Que abuso é esse? | Episódio 04: Onde há fumaça

O quarto vídeo da série “Que abuso é esse?” alerta para a mudança brusca de comportamento da criança. Muitas vezes, esse é um sinal de que ela está sofrendo algum tipo de abuso ou violência. Nesse sentido, os adultos responsáveis e, principalmente, a escola, têm papel fundamental de auxílio ao menor.

Que abuso é esse? | Episódio 05: É preciso ouvir

O quinto episódio da série “Que abuso é esse?” alerta para a importância do diálogo com a criança em seu ambiente de convivência, que é essencial para descoberta de possíveis situações de abuso. Em caso de identificação do crime, a denúncia é o primeiro passo, a partir disso existe uma rede de atendimento pronta para acolher a vítima e investigar a violação.

Que abuso é esse? | Episódio 06: A união faz a proteção

O sexto vídeo da série “Que Abuso é Esse?” fala sobre a importância da atuação de uma rede de proteção em busca da garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Família, comunidade, escola e profissionais têm papel fundamental na denúncia e no estímulo de ações que visem interromper situações de violência.

Que abuso é esse? | Episódio 07: Lobos em pele de cordeiro

O sétimo vídeo da série “Que Abuso é Esse?” alerta sobre estereótipo que a sociedade cria em torno do autor do abuso sexual, que pode ser alguém acima de quaisquer suspeitas. Através de um discurso informativo, mostra que é necessário desmistificar e quebrar paradigmas culturais. O episódio ainda destaca que essa pessoa além de ser responsabilizada, também deve receber apoio psicológico.

Que abuso é esse? | Episódio 08: O caminho da denúncia

O último episódio da série “Que abuso é esse?” destaca a importância da denúncia em casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes.

Que exploração é essa?

Que exploração é essa? | Episódio 01: A denúncia ajuda o próximo

O Projeto Crescer sem Violência apresenta a série “Que exploração é essa?”, resultado da parceria da Childhood Brasil com o Canal Futura e apoio Unicef Brasil. No primeiro episódio, um caminhoneiro viaja com seu filho e eles conhecem uma menina vítima da rede de exploração sexual de crianças e adolescentes.

Que exploração é essa? | Episódio 02: Redes hoteleiras

No segundo episódio da série “Que exploração é essa?”, o caminhoneiro Milton e o seu filho Diego decidem parar para descansar. Quando chegam ao hotel, se deparam com mais uma situação de exploração sexual de crianças e adolescentes, vítimas de uma rede de aliciadores.

Que exploração é essa? | Episódio 03: Turismo

Você sabia que existe uma rede organizada por trás das atividades da exploração sexual comercial para os turistas? Esse é o tema do terceiro episódio da série “Que exploração é essa?”.

Que exploração é essa? | Episódio 04: Perigo Virtual

O quarto episódio da série “Que exploração é essa?” chama a atenção para a navegação de crianças e adolescentes na internet e sobre a importância da orientação para evitar o contato com estranhos e o acesso a conteúdos impróprios.

Que exploração é essa? | Episódio 05: Quebrando rótulos

O 5º episódio da série “Que exploração essa?” mostra que existe uma invisibilidade em relação ao abuso sexual em meninos, já que na maioria dos casos ele é abusado por outros homens e a sociedade rotula as vítimas como homossexuais, o que dificulta a denúncia.

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É importante reconhecer situações de violência sexual para que se possa dar encaminhamento adequado para as vítimas e seus familiares e responsabilizar o agressor. O objetivo disso é o enfrentamento da situação e a amenização do trauma e das consequências sociais, psicológicas e físicas decorrentes dessa violação de direitos.

Em caso de suspeita, é importante ter um olhar cuidadoso e atento para identificar, no comportamento das crianças e dos adolescentes, sinais de violência doméstica e sexual. Observe os seguintes sinais:

  • Mudanças bruscas de comportamento sem explicação aparente.
  • Mudanças súbitas de humor, comportamentos regressivos e/ou agressivos, sonolência excessiva, perda ou excesso de apetite.
  • Baixa autoestima, insegurança, comportamentos sexuais inadequados para a idade, busca de isolamento.
  • Lesões, hematomas e outros machucados sem uma explicação clara ou coerente de como aconteceram.
  • Gravidez na adolescência.
  • Doenças sexualmente transmissíveis.
  • Fugas de casa e evasão escolar.
  • Medo de adultos estranhos ou conhecidos, de escuro, de ficar sozinho e de ser deixado próximo ao potencial agressor.

Além disso, é essencial considerar:

  • A existência de um ou mais sinais nem sempre indica, com precisão, que uma criança ou adolescente sofreu violência sexual. Cabe aos órgãos encarregados da investigação apurar se houve, de fato, ou não a agressão.
  • A identificação precoce da ocorrência da violência é fundamental para mudar a situação e dar atenção às pessoas envolvidas.
  • Esse é um fenômeno presente em todas as classes sociais e composições familiares, contrariando mitos de que a violência doméstica e sexual ocorre apenas em famílias pobres e que fogem do chamado formato padrão de família.

A Violência Sexual
no ambiente familiar

A maior parte das incidências de violência
sexual acontece no ambiente familiar ou
próximo à família.

Não é fácil aceitar e tomar uma atitude quando se percebe isso. Mas a decisão de agir em defesa da criança/adolescente é obrigatória por lei, mesmo que acabe revelando segredos da família que muitos prefeririam esconder. Se você acredita que alguma criança ou adolescente da sua família está sendo vítima de violência sexual, você deve agir.

Conheça alguns dos
impactos da violência sexual dentro da família

Para mais informações, acesse o nosso Guia de Referência: Construindo uma Cultura de Prevenção à Violência Sexual.

Não é fácil aceitar e tomar uma atitude quando se percebe isso. Mas a decisão de agir em defesa da criança/adolescente é obrigatória por lei, mesmo que acabe revelando segredos da família que muitos prefeririam esconder. Se você acredita que alguma criança ou adolescente da sua família está sendo vítima de violência sexual, você deve agir.

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O diálogo com crianças e adolescentes deve acontecer desde os primeiros anos da criança, já que o abuso ou a exploração sexual pode acontecer em todas faixas etárias. Estudos mostram que informações sobre o corpo humano e a sexualidade podem tornar crianças e adolescentes menos vulneráveis à violência sexual. Além disso, fornecem habilidades para que eles procurem ajuda em situações de risco.

Crianças e adolescentes que têm liberdade para falar com os pais, educadores ou responsáveis abertamente possuem maior proteção contra eventuais perigos.

Veja dicas de como escutar e dialogar com uma criança ou adolescente em um caso de revelação relacionada à violência sexual.

  • Propicie um ambiente tranquilo e seguro. A criança/adolescente deve ser ouvida sozinha. É fundamental respeitar sua privacidade.
  • Ouça a criança/adolescente atenta e exclusivamente. Interrupções podem fragmentar todo o processo de descontração e confiança já adquiridas.
  • Se sentir que é necessário, converse primeiro sobre assuntos diversos, contando, inclusive, com o apoio de jogos, desenhos, livros e outros recursos lúdicos.
  • Leve a sério tudo que for dito. A violência sexual é um fenômeno que envolve medo, culpa e vergonha e a criança e o adolescente só se sentirão encorajados a falar sobre o assunto se perceberem interesse do ouvinte.
  • Use linguagem simples e clara, que a criança/adolescente usaria. Se ela perceber que você reluta em empregar certas palavras, poderá também relutar em usá-las.
  • Reitere que a criança/adolescente não tem culpa pelo que ocorreu. É comum que a vítima se sinta responsável pelo ocorrido.
  • Diga à criança/adolescente que, ao contar o que aconteceu, agiu corretamente.
  • Pergunte sobre tempo associando a eventos fáceis de lembrar, como Natal, Páscoa, férias, aniversários etc.
  • Confirme com a criança/adolescente se você está, de fato, compreendendo o que ela está relatando.
  • Informe a criança/adolescente de que, se está sofrendo violência, você terá que contar isso a outras pessoas para protegê-la.
  • Explique à criança o que vai acontecer em seguida, como você vai proceder, ressaltando sempre que ela estará protegida. Isso evita que ela seja surpreendida com as ações dos órgãos competentes e ajuda a criar uma relação de confiança, além de permitir que ela participe das decisões quanto aos próximos passos.
  • Anote, o mais cedo possível, tudo o que lhe foi dito. O relato poderá ser utilizado em procedimentos legais posteriores. Anote também como a criança/adolescente reagiu e se comportou durante cada parte do testemunho.
  • Você só deve expressar apoio e solidariedade por meio do contato físico com a criança/adolescente se ela permitir.
  • Se você não se sentir preparado para conduzir a conversa, peça ajuda a organizações que desenvolvem trabalhos de proteção à criança e ao adolescente.

Conheça também dicas do que NÃO fazer ao conversar com uma criança sobre a violência sexual que ela pode ter sofrido:

  • Não critique a criança/adolescente nem duvide de que está falando a verdade.
  • Não tenha reações extremas, que poderão aumentar a sensação de culpa. Mantenha a calma.
  • Evite “rodeios” que demonstrem insegurança da sua parte.
  • Não deixe que sua ansiedade ou curiosidade o leve a pressionar a criança/adolescente para obter informações.
  • Procure não perguntar diretamente os detalhes da violência sofrida nem fazer a vítima repetir sua história várias vezes. Isso poderá perturbá-la e aumentar o seu sofrimento.
  • Não conduza a criança/adolescente à resposta e só pergunte o necessário. Perguntas sugestivas poderão invalidar o testemunho em juízo.
  • Evite questões fechadas do tipo “sim” e “não”, e perguntas inquisitórias, pois podem reforçar, na criança/adolescente, seu sentimento de culpa.
  • Jamais desconsidere os sentimentos da criança/adolescente com frases do tipo “isso não foi nada”, “não precisa chorar”. No momento em que falam sobre o assunto, ressurgem sentimentos de dor, raiva, culpa e medo.
  • Não trate a criança como uma “coitadinha”. Ela quer ser tratada com carinho, dignidade e respeito.

Para facilitar o diálogo com crianças e adolescentes sobre esse tema importante, disponibilizamos abaixo a indicação de alguns materiais e conteúdos que tratam do tema da violência sexual, nossos ou de parceiros, voltados para crianças e adolescentes.

Pipo e Fifi
pipoefifi.com.br

Premiado livro que explica para as crianças, de forma simples e descomplicada, como diferenciar toques de amor de toques abusivos, apontando caminhos para o diálogo e a proteção.


Tartanina
tartanina.org.br

Idealizado por um grupo de psicólogas clínicas com experiência profissional no atendimento a vítimas de abuso sexual, Tartanina é um projeto dedicado à prevenção de todas as formas de violência.


Não me toca seu boboca
aletria.com.br/Nao-me-toca-seu-boboca

De maneira lúdica, o livro Não me toca, seu boboca! mostra a todas as crianças o que é a situação de violência sexual e o que fazer para evitá-la. Uma forma de oferecer segurança e informação às crianças sem perder o encantamento próprio da literatura. Escrito por Andrea Taubman e ilustrado por Thais Linhares.


Helpline
Saiba mais em:
safernet.org.br/helpline

Para quem procura orientação, a SaferNet Brasil oferece o serviço de ajuda contra crimes e violações dos direitos humanos na internet, com procedimentos efetivos e transparentes para encaminhar soluções. Conta com uma equipe de atendimento formada por psicólogos com treinamento adequado para atender, orientar e encaminhar denúncias, quando necessário. Os atendimentos são gratuitos e o número máximo de orientações pelo chat ou pelo e-mail é de 4 (quatro) encontros. A partir do segundo encontro, será preciso um termo de autorização dos pais para a continuidade da orientação de criança ou adolescente, conforme determina o Art. 8º do Código de Ética Profissional do Psicólogo.


CREAS
Saiba mais em:
aplicacoes.mds.gov.br

Os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) oferecem o atendimento direto e especializado a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Localize as unidades por estado ou município no portal do Ministério de Desenvolvimento Social.


Centro de valorização da vida (CVV)
Saiba mais em:
cvv.org.br

A proposta do Centro de Valorização da Vida (CVV) é fornecer apoio emocional gratuito a quem recorrer ao serviço, disponível por telefone (141), chat, VoIP, correspondência e de maneira presencial. Mais de 2.200 voluntários são responsáveis pelo atendimento. “Lidamos com qualquer assunto. Nosso objetivo é ouvir a pessoa que liga e entender o que ela está sentindo”, diz Adriana Rizzo, voluntária do CVV. A maior parte dos atendimentos estão relacionados à prevenção do suicídio. No entanto, a equipe está preparada para lidar com qualquer assunto, como a violência sexual contra crianças e adolescentes.


Que corpo é esse?

Como parte do Projeto Crescer sem Violência, da Childhood Brasil em parceria com o Canal Futura e o Unicef, a série Que Corpo É Esse? apresenta, de forma lúdica e suave, conceitos importantes sobre autoproteção, conhecimento do próprio corpo, respeito e segurança.

Que corpo é esse? – Episódio 1

Que corpo é esse? – Episódio 2

Que corpo é esse? – Episódio 3

Que corpo é esse? – Episódio 4

Que corpo é esse? – Episódio 5

Que corpo é esse? – Episódio 6

Que corpo é esse? – Episódio 7

Que corpo é esse? – Episódio 8

Que corpo é esse? – Episódio 9

Que corpo é esse? – Episódio 10

Que corpo é esse? – Episódio 11

Que corpo é esse? – Episódio 12

Escute

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Navegação segura

A internet é um ambiente democrático, dinâmico e sem fronteiras, que abre um universo de informações e possibilidades de comunicação. Mas ela tem riscos, como no “mundo real”.

Saiba mais >

Profissional de Saúde

O profissional da saúde que atende crianças e adolescentes é um grande aliado na identificação da violência sexual. O protocolo de atendimento às pessoas em situação de violência sexual é fundamental na identificação de sinais e encaminhamento dos casos.

Além de exercer a função vital de tratar danos físicos e psicológicos, o profissional da saúde deve notificar obrigatoriamente os casos identificados, segundo a portaria do Ministério da Saúde. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por exemplo, prevê punição em casos de omissão.

O relacionamento do profissional de saúde com as famílias das vítimas de violência sexual é fundamental para colher dados sobre os pacientes, tratar os danos e proteger a vítima contra novos episódios de violência.

Para reconhecer se houve violência sexual, o profissional de saúde deve observar alguns sinais e sintomas, sempre lembrando que eles não devem ser considerados isoladamente:

  • Marcas pelo corpo, lacerações, hematomas ou outras lesões genitais sem trauma acidental que os justifiquem.
  • Corrimento, hemorragia vaginal ou retal, ardência e infecção.
  • Presença de sêmen na roupa, boca ou genitais.
  • Doenças sexualmente transmissíveis.
  • Gravidez na infância ou adolescência.
  • Mudança de comportamento e queda no rendimento escolar.
  • Perda ou excesso de apetite.
  • Agressividade, choro, isolamento social, insegurança e alterações de sono.
  • Baixo rendimento escolar.
  • Retrocesso no desenvolvimento.
  • Interesse súbito e incomum por questões sexuais, masturbação compulsiva.
  • Medo de adultos estranhos ou conhecidos, de escuro, de ficar sozinho e de ser deixado em determinados lugares e/ou próximo a determinada pessoa.
  • Dificuldade para se movimentar e sentar.
  • Roupas íntimas destruídas, sujas ou manchadas de sangue.
  • Sentimento de inferioridade e necessidade de agradar.

Ao atender uma criança ou adolescente vítima de violência sexual:

  • Seja imparcial, evite julgamentos e tom acusatório, mesmo quando identificar algum familiar como agressor.
  • Tenha paciência e agilize os exames da vítima, que, em muitos casos, passa por diversos locais de atendimento antes de chegar em você.
  • Procure minimizar a exposição da criança, evitando sua revitimização, e entreviste os cuidadores separadamente.
  • Trate a criança com carinho, dignidade e respeito, sem expressar piedade, passando confiança para ela se sentir à vontade e contar o que aconteceu.
  • Acolha e ouça também os cuidadores, com calma, pois o trauma de um abuso sexual desestrutura toda a família.
  • Procure a orientação de uma rede bem articulada de atendimento, ouvindo a opinião de outros profissionais.
  • Sempre que necessário, solicite a avaliação dos casos por outros profissionais para confirmar a suspeita de abuso.
  • Notifique os casos às autoridades competentes.
  • Toda forma de violência sexual deve ser comunicada, independentemente de ter havido penetração ou não.
  • Evite encaminhar as vítimas ao Instituto Médico Legal, que em geral é um lugar muito agressivo para a criança e o adolescente. Hoje, em muitos lugares, o Sistema de Justiça, que julga os casos, já aceita como relatório médico um comunicado do profissional de Saúde ao Conselho Tutelar.
  • Deixe claro para a criança que ela não tem culpa do que aconteceu e que, para que ela seja protegida, você precisará conversar com outras pessoas.
  • Mostre-se disponível para novas conversas ou outros tipos de auxílio que a criança precisar.
  • Família e criança precisam ser encaminhados para a assistência social e psicológica.
  • Encaminhadas para a realização imediata de exames para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo a Aids, com administração de medicamentos nas primeiras 72 horas após a agressão.

Para mais informações, acesse o nosso Guia de Referência: Construindo uma cultura de prevenção à violência sexual. Clique aqui.

Professor / Educador

Educadores e professores têm papel fundamental na proteção e orientação de crianças e adolescentes. Podem tanto aproveitar o espaço escolar para discutir temas importantes para a prevenção da violência sexual quanto observar mudanças de atitudes nos alunos, que podem ser indicadores de que estejam sofrendo violência sexual.

Por isso, o professor/educador deve estar preparado para observar, abordar e ouvir os alunos, além de saber como buscar ajuda de outros profissionais.

É importante ressaltar que a existência isolada de um dos indicadores não é significativa para a interpretação da presença de violência sexual. É necessário que os órgãos responsáveis pela investigação apurem se houve de fato ou não a agressão.

Veja como abordar ou escutar a criança ou adolescente caso você seja seu professor/educador:

  • Demonstre disponibilidade para conversar e busque um ambiente apropriado para isso.
  • Ouça atentamente, sem interromper, e não pressione para obter informações.
  • Utilize linguagem acessível à criança/adolescente.
  • Leve a sério tudo o que ouvir, sem julgar, criticar ou duvidar do que a criança diz.
  • Mantenha-se calmo e tranquilo, sem reações extremadas ou passionais.
  • Expresse apoio, solidariedade e respeito, e reforce que a criança/adolescente não tem culpa do que aconteceu.
  • Explique à criança/adolescente que será necessário conversar com outras pessoas para protegê-lo(a).
  • Evite que muitas pessoas saibam dos acontecimentos, para minimizar comentários desagradáveis e inapropriados, e a estigmatização da criança/adolescente.
  • Se for entrar em contato com a família, é preciso ouvir antes da criança/adolescente quais são as pessoas que ela aprova como interlocutores.
  • Mostre-se disponível para novas conversas, sempre que a criança/adolescente precisar.
    Anote tudo o que lhe foi dito, assim que possível, pois depois isso poderá ser utilizado em procedimentos legais.

Para mais informações, acesse o nosso Guia de Referência: Construindo uma cultura de prevenção à violência sexual. Clique aqui.

Para saber como falar sobre navegação segura na internet com crianças e adolescentes, clique aqui.

Jornalista

Quando falamos dos direitos das crianças e dos adolescentes, o papel dos profissionais de imprensa na sociedade vem carregado de uma imensa responsabilidade. É fundamental denunciar a violência contra crianças e adolescentes, incluindo a sexual, além de cobrar políticas públicas eficientes. Também é essencial informar caminhos para a prevenção, responsabilização do agressor e ações das instituições de proteção e atendimento às vítimas.

Mas, para isso, é preciso ter alguns cuidados ao produzir as matérias, pois quando o assunto é violência sexual, ainda tabu na sociedade, ou é muitas vezes é invisibilizado por pactos de silêncio, ou equivocadamente exposto por uma cobertura sensacionalista.

O profissional de comunicação que busque ter uma postura comprometida e ética não pode apenas registrar e denunciar os fatos, mas também abordar o tema sob a perspectiva dos direitos humanos.

Retratar os personagens preservando sua imagem é um desafio na cobertura jornalística. Mas é possível fazer um bom trabalho de informação e sensibilização da sociedade sem revitimizar as crianças e os adolescentes que sofreram violência.

Considere o seguinte para realizar uma boa reportagem:

  • Invista na qualidade de informação para mobilizar a sociedade na busca de soluções.
  • Ouça todos os lados da história (vítimas, agressores, familiares, especialistas, mediadores), com pontos de vista divergentes.
  • Ofereça serviços úteis. Informe sobre canais de denúncia, indique instituições de apoio, serviços especializados e organizações sociais.
  • Trate crianças e adolescentes vítimas de violência sexual respeitando sua condição de pessoa em desenvolvimento.
  • Produza discurso ético e contextualizado na reportagem, com linguagem acessível.
  • Discuta o sistema de recuperação de agressores e de assistência às vítimas.
  • Acompanhe o inquérito policial e atualize a população sobre os desdobramentos do caso.
  • Consulte os especialistas e autoridades responsáveis pelo problema, mas evite a cobertura baseada apenas em boletins de ocorrência.
  • Utilize linguagem didática e adequada para a faixa etária ao abordar o assunto em suplementos infantis e juvenis.
  • Aprofunde a cobertura e amplie a repercussão do caso com suítes (continuação das matérias do mesmo tema).
  • Apure o que há por trás do abuso sexual (valores culturais, questões socioeconômicas, de gênero, étnicas, problemas de educação e saúde).
  • Leia publicações especializadas e participe de encontros e seminários para se aprofundar no tema.
  • Analise o que leva a sociedade a interpretar erroneamente a questão da culpabilidade da vítima.

Evite equívocos na cobertura jornalística com estas dicas:

  • Redobre a atenção ao tratar de suspeitas e acusações de abuso ou exploração sexual para que não se cometam equívocos na cobertura jornalística. Crimes sexuais contra crianças e adolescentes têm forte apelo emocional e levantam a ira da opinião pública.
  • Evite o sensacionalismo e o julgamento precipitados, que podem ocasionar sérios danos à imagem e à integridade física de uma pessoa. O acusado só pode ser considerado agressor em casos de flagrante, confissão ou de sentença já determinada.
  • Nunca use crianças e adolescentes em reportagens se for para perguntar sobre a violência sofrida. Isso gera revitimização e sofrimento, além de uma exposição desnecessária na mídia que pode até colocar a vida delas em risco.
  • Não divulgue informações que possam identificar a vítima. Além de preservar nome, imagem e voz, cuidado ao citar ou mostrar cidade, rua ou fachada da residência da vítima.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a preservação da imagem de crianças e adolescentes. Com isso, quem trabalha com filmagem ou fotografia tem o desafio da maneira de retratar os entrevistados sem expô-los. Assim como a palavra mal empregada, a imagem também pode reforçar preconceitos e tabus.

Seguem algumas dicas de boas práticas para utilização de recursos de imagem ao tratar sobre o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes.

  • Não coloque tarja preta nos olhos das vítimas. Esse recurso costuma estar relacionado à marginalidade e não impede o reconhecimento da pessoa.
  • Utilize ilustrações ou outros recursos técnicos como um artifício imagético para a reportagem, usando o bom senso e a criatividade.
  • Faça a desfocalização da imagem e distorção da voz.
  • Mostre imagens de partes do corpo isoladas, como mãos e pés.
  • Use imagens de objetos e situações que remetam à infância.
  • Use silhuetas refletidas em superfícies capazes de distorcer formas.
  • Use sombras explorando perfil.

Em textos jornalísticos, a terminologia usada exige muita atenção para não apelar para o sensacionalismo e não prejudicar o entendimento do fenômeno.

  • Não confunda notificação (a comunicação de uma situação de violência para o Conselho Tutelar ou para uma Vara da Infância e Juventude) com denúncia (quando o promotor de justiça formaliza a acusação, dando início a uma ação penal).
  • Meninos e meninas são sempre vítimas de exploração sexual e nunca de prostituição, que é exercida apenas a partir da escolha consciente de adultos que conhecem as consequências de comercializar o próprio corpo.
  • O termo “menor” não deve ser utilizado para designar crianças e adolescentes, por ser considerado pejorativo. A definição remete ao Código de Menores, Lei 6.697/67, revogado em 1990, a partir da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e se destinava a meninos e meninas em situação de abandono, de trabalho precoce ou em conflito com a lei.

Confira outros termos no Glossário clicando aqui.

Para mais informações, acesse o nosso Guia Para Profissionais de Comunicação. Clique aqui.