Violência sexual é deflagrada em situações de conflito
De acordo com André Ramirez, representante do Acnur no Brasil, a organização tem investido na realização de oficinas com os próprios refugiados, para sensibilizá-los sobre o fato de que a violência não é aceitável em nenhuma situação. “Nesse caso, não basta informar a mulher sobre seus direitos. É importante conscientizar o homem que ele tem o dever de respeitar os direitos de sua mulher”, diz.
No Brasil, o Comitê Nacional para Refugiados adota procedimentos específicos para acelerar o reconhecimento de mulheres refugiadas em situação de risco, especialmente dentro do Programa de Reassentamento Solidário. As refugiadas no Brasil também se protegem pela Lei Maria da Penha, que criminaliza a violência de gênero. Com seus parceiros da sociedade civil, o Acnur tem realizado diversas oficinas com mulheres e homens refugiados para prevenir a violência de gênero, além de divulgar informações úteis sobre serviços de apoio às vítimas, delegacias especializadas no atendimento de mulheres e sobre a Lei Maria da Penha.
Em crise econômica – A situação de mulheres e de crianças também é agravada em cenários de crise econômica. Um levantamento realizado pelas organizações Plan International e Overseas Development, revelou que as meninas são as primeiras a sair das escolas para trabalharem em casa ou são envolvidas em situação de exploração sexual, têm um índice de mortalidade maior que a de meninos, são mais vulneráveis a abusos sexuais e não têm acesso a serviços básicos e a redes de segurança social.
O relatório, em inglês, está acessível aqui.