VI Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo: inscrições abertas!
Estão abertas até 15 de fevereiro de 2012, as inscrições para o VI Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo. A premiação, criada em homenagem ao jornalista assassinado por traficantes quando investigava a exploração de adolescentes, seleciona as melhores propostas de pauta de reportagem sobre abuso e exploração sexual infantojuvenil.
Os vencedores de cada veículo recebem apoio técnico e financeiro para a execução do trabalho. Os profissionais passam por oficinas de capacitação e seminários, nos quais recebem dicas de especialistas em comunicação e direitos da infância para a elaboração da matéria, com prazo estipulado para ser publicada. O valor da bolsa de incentivo à investigação dos projetos é de R$ 10.500,00 (R$ 16.000,00 para a categoria “Televisão”). Após a divulgação das reportagens, os autores vencedores de cada categoria receberão ainda um prêmio em dinheiro, no valor de R$ 3.000,00.
Realizado a cada dois anos, o concurso tem o objetivo de contribuir para a ampliação e qualificação da cobertura jornalística sobre o tema, dando ênfase à discussão de políticas públicas para a prevenção e o atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. A proposta é contribuir para o aprimoramento das matérias veiculadas, participando desde o início da sugestão de pauta.
O Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo é uma parceria entre a Childhood Brasil e a ANDI – Comunicação e Direitos e conta com o apoio do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Internacional doTrabalho (OIT), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
As informações completas sobre os procedimentos e prazos do concurso estão no regulamento, disponível no site da ANDI.
Critérios de julgamento
Os jornalistas podem inscrever-se em cinco categorias: Mídia impressa (jornais de circulação diária ou semanal e revistas, com venda regular em bancas); Rádio (emissoras legais, assim reconhecidas pelos organismos reguladores de comunicação do país); Televisão (emissoras legais, assim reconhecidas pelos organismos reguladores de televisão do país); Mídia alternativa e comunitária e (sites jornalísticos, rádios e TVs comunitárias ou universitárias); e Categoria especial (candidatos de todas as mídias concorrem com trabalhos que tenham como tema: “Exploração sexual de crianças e adolescentes no setor turístico brasileiro”).
A Comissão julgadora avalia no projeto vários critérios, como por exemplo, a qualidade das fontes (se trará especialistas ou responsáveis pelo poder público), se citará políticas públicas, legislação e se há proposta de soluções. A reportagem também terá que apresentar cuidado especial na forma como abordará a vítima, para não causar mais preconceito e danos psicológicos, nem provocar represálias de criminosos.
Na edição passada, 120 projetos inscreveram-se, com participação inclusive de profissionais da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. Muitas das propostas de matérias do concurso, receberam outros prêmios como o Wladimir Herzog, depois de veiculadas.
A carreira de Tim Lopes
Produtor da Rede Globo de Televisão, o gaúcho Tim Lopes costumava obter informações raras em reportagem investigativas. Recebeu vários prêmios, como o primeiro Esso concedido à televisão – em equipe – pela reportagem “Feirão das Drogas”, em 2001. Usando uma câmera escondida, denunciou o livre-comércio de drogas no Complexo do Morro do Alemão.
Recebeu ainda o 11º e o 12º Prêmio Abril de Jornalismo, na categoria atualidades, pelas matérias “Tricolor de Coração”, publicada na revista Placar de dezembro de 1985, e “Amizade sem Limite”, de maio de 1986. Em fevereiro de 1994, recebeu prêmio de melhor reportagem do jornal O Dia pela série “Funk: som, alegria e terror” – o mesmo tema de sua última matéria na Rede Globo. Em 2 de junho de 2002, foi torturado e morto aos 51 anos, quando perseguia pistas sobre o tráfico de drogas e a exploração sexual infantojuvenil no Rio de Janeiro.