Tipos de abuso sexual de crianças e adolescentes
Abuso sexual pode acontecer com ou sem contato físico. Saiba mais
Abuso sexual é toda forma de relação ou jogo sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente, com o objetivo de satisfação desse adulto e/ou de outros adultos. Pode acontecer por meio de ameaça física ou verbal, ou por manipulação/sedução. Na maioria dos casos, o abusador é uma pessoa conhecida da criança ou adolescente – geralmente familiares, vizinhos ou amigos da família.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o abuso sexual não acontece, necessariamente, com contato físico. Existem diferentes tipos de abuso sexual que acontecem sem contato físico e é importante que todas as pessoas no entorno da criança estejam atentas para os sinais apresentados por quem sofre uma ou mais violações.
Abuso sexual de crianças e adolescentes com contato físico
São os atos físicos que incluem toques nos órgãos genitais, tentativas de relações sexuais, masturbação, sexo oral e/ou penetração. Eles podem ser legalmente tipificados em: atentado violento ao pudor, corrupção de menores, sedução e estupro. Também é importante destacar que, contato físicos “forçados”, como beijos e toques em outras partes do corpo, podem ser considerados abuso sexual.
Tipos de abuso sexual de crianças e adolescentes sem contato físico
Ainda que não envolva qualquer contato físico, o abuso sexual de crianças e adolescentes ainda é uma grave violação de direitos humanos, que deve ser denunciada às autoridades e pode trazer grandes traumas emocionais e psicológicos para as vítimas; Entenda cada um dos tipos de abuso sexual de crianças e adolescentes que não envolvem ‘toques’:
Assédio sexual
O assédio sexual, que pode ser expresso em forma verbal, não verbal ou física, é todo o comportamento indesejado de caráter sexual. Baseia-se, na maioria das vezes, na posição de poder do agente sobre a vítima, que é chantageada e ameaçada pelo agressor.
Abuso sexual verbal
O abuso sexual verbal pode ser definido por conversas abertas sobre atividades sexuais – falas erotizadas – destinadas a despertar o interesse da criança ou do adolescente ou a chocá-los. Um exemplo do abuso sexual verbal são os telefonemas obscenos..
Exibicionismo e Voyeurismo
O exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar em frente a crianças ou adolescentes ou dentro do campo de visão deles. Já o voyeurismo pode ser explicado como o ato de observar fixamente atos sexuais ou órgãos genitais de outras pessoas quando elas não desejam ser vistas, obtendo satisfação sexual com essa prática. Nas relações sexuais entre adultos, tanto o exibicionismo quanto o voyeurismo podem ser práticas sexuais consentidas.
Exibição de material pornográfico
Geralmente, a pornografia é classificada como uma forma de exploração sexual de crianças e adolescentes, já que o objetivo dessa violência é a obtenção de lucro financeiro para o agressor ou de abuso sexual com contato físico. No entanto, quando o agressor exibe materiais pornográficos a meninas e meninos e os obriga a assistir, é uma forma de abuso sexual sem contato físico.
Consequências do abuso sexual para crianças e adolescentes
Antes de tudo, é importante ressaltar que a violência sexual não produz o mesmo resultado sobre todas as crianças e adolescentes submetidos a ela. Além de cada criança ou adolescente reagirem de forma diferente a situações de abuso sexual, há também muitos fatores externos que moldarão o impacto que essa violência terá na vida da vítima no futuro. Alguns deles são: a duração do abuso; o grau de violência; o grau de proximidade entre o agressor e a criança, o grau de sigilo sobre o fato ocorrido e a existência e eficiência do atendimento da rede de proteção à criança e do adolescente.
Sinais de abuso sexual a curto prazo
Além de marcas físicas como lesões, hematomas e doenças sexualmente transmissíveis, é importante notar alguns sinais de que uma criança ou adolescente pode estar sendo vítima de abuso sexual: mudanças bruscas de comportamentosem explicação aparente; mudanças súbitas de humor; sonolência excessiva; perda ou excesso de apetite; baixa autoestima e isolamento social; evasão escolar; medo de escuro ou de ficar sozinho, entre muitos outros sinais de alerta.
Também é essencial destacar que a existência de um ou mais sinais nem sempre indica que uma criança ou adolescente sofreu abuso sexual.
Consequências a longo prazo do abuso sexual na infância e adolescência
• Sequelas dos problemas físicos gerados pela violência sexual. Lesões, hematomas e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) podem interferir na capacidade reprodutiva, podendo levar, em casos mais graves a uma maior morbidade materna e fetal.
• Dificuldade de ligação afetiva e amorosa, devido a um profundo sentimento de desconfiança pelo ser humano em geral, por temor de reviver a experiência traumática ou por dissociação entre sexo e afeto, gerando sentimentos de baixa autoestima, culpa e depressão prolongada por medo da intimidade.
• Dificuldades em manter uma vida sexual saudável. Aqui, as vítimas podem ter reações divergentes: podem evitar qualquer tipo de relacionamento sexual por traumas que bloqueiam o desejo; vivenciar baixa qualidade nas relações sexuais; desenvolver incapacidade de distinguir sexo do afeto; ter compulsivo interesse sexual para provar que são amadas e para se sentirem adequadas, entre outros comportamentos disfuncionais.
• Dependência em substâncias lícitas e ilícitas. Importante ressaltar que não se deve fazer qualquer associação mecânica entre abuso sexual e uso de drogas. No entanto, há relatos de pessoas que confessaram ter usado drogas inicialmente para cuidar de sentimentos, esquecer a dor, a baixa autoestima e, mais tarde, o uso se tornou um vício.
É extremamente importante saber ouvir e acolher a criança ou adolescente que passou por alguma situação do abuso sexual. Evitar reações extremas e perguntas inquisitórias; denunciar a suspeita às autoridades e buscar um atendimento médico e psicossocial humanizado para as vítimas. Em caso de qualquer suspeita de abuso sexual de crianças e adolescentes, denuncie!