Proteção à infância é tema de conversa na Rádio Trianon

A Rádio Trianon recebeu, na última terça-feira (27), Eva Dengler, a gerente de programas e relações empresariais da Childhood Brasil, para falar sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Durante a entrevista, foram abordados assuntos sobre como identificar que uma criança está sendo vítima de violência sexual, como agir após a descoberta, qual a melhor forma de orientarmos as crianças e a implementação do Depoimento Especial no país.

Para Eva, há uma grande deficiência no momento anterior à violação chegar na Justiça, falta coragem para denunciar. O primeiro passo para mudar este cenário são os adultos que enxergam a violência e começarem a tomar uma atitude em relação à isso, já que muitas vezes essas vítimas não conseguem denunciar as violações que enfrentam. “Percebemos que crianças e adolescentes ainda não conseguem ter clareza de que, no caso de violência sexual – e aí estamos falando principalmente de abuso intrafamiliar –, elas são vítimas de uma violência”, afirma Eva. “Então, temos que contar com uma sociedade que tenha um olhar atento para essa questão, que saiba perceber que algo errado está acontecendo. E, não estamos falando só da nossa criança, do nosso filho dentro de casa, mas nós temos de olhar para a criança do vizinho, a que está na rua, na escola ou aquela que vemos no calçadão de uma cidade turística”, completa.

A relação do turismo com a exploração sexual também foi um tema abordado por Eva durante a entrevista. A Childhood Brasil tem uma parceria de 10 anos com a Atlantica Hotels que implantou um código de conduta que busca intensificar a proteção à infância na sua cadeia de hotéis. Com o foco na ideia “Criança aqui é legal!”, a Atlantica Hotels busca, por um lado, conscientizar seus funcionários e, principalmente, os hóspedes sobre a importância de seguir a legislação, que exige a apresentação de documentos de crianças e adolescentes acompanhados de responsáveis. Por outro lado, alertar os turistas a frequentarem apenas estabelecimentos que respeitam as normas e prezam pela proteção da infância e sejam estimulados a denunciar quaisquer violações que observarem durante sua estadia. “O turista pode ser um grande agente de proteção, é nisso que a gente acredita”, ressalta Eva.

Além de Eva, Sara Gomes, gerente de projetos da Plan International Brasil na Bahia, também participou da discussão. Ela enfatizou que, apesar de Salvador e Fortaleza serem as cidades mais lembradas e com os maiores números de violações e relacionadas à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo, é fato que a região Nordeste, principalmente municípios com praias, são locais que enfrentam o problema “

A Bahia tem trabalhado em parceria com algumas instituições, inclusive com a Childhood Brasil

, dentro da ideia de prevenção a essas violações”, afirmou.

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