Programa na Mão Certa supera em quase 70% a meta de empresas participantes em cinco anos
Quando foi lançado, em 2006, o Programa Na Mão Certa, que objetiva um enfrentamento mais eficaz à exploração sexual infantojuvenil nas rodovias brasileiras, tinha a expectativa de chegar a 500 empresas signatárias em cinco anos. Hoje, a iniciativa comemora a participação de 888 companhias do setor de transportes – 49,9% das signatárias são transportadoras; 22,3% das áreas de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, e o restante vêm de diversas atividades de serviço.
Segundo a coordenação do Programa, no início, colocar em prática um projeto de grande porte como este parecia impossível, porque o tema é complexo, cercado de estigmas e tratado, na maioria das vezes, somente como responsabilidade do governo e da polícia. Um dos maiores desafios foi mostrar que toda a sociedade precisa se mobilizar para o enfrentamento deste crime.
O trabalho da Childhood Brasil nesta questão começou bem antes do lançamento oficial do Programa Na Mão Certa em 2006. Em 2004, a organização junto com a Arcor do Brasil e a então Volkswagen Caminhões e ônibus, investiu em um estudo sobre o perfil do caminhoneiro e sua relação com a exploração sexual infantojuvenil nas rodovias brasileiras. Foram dois anos de trabalhos estratégicos até a elaboração final do Programa, com base nos resultados da pesquisa.
As empresas interessadas em fazer parte do Programa Na Mão Certa, devem primeiramente assinar o Pacto Empresarial, no qual se comprometem a: melhorar as condições de trabalho do caminhoneiro; participar continuamente de campanhas para enfrentar a exploração sexual; estabelecer relações comerciais com fornecedores que estejam comprometidos com o enfrentamento da exploração sexual; incentivar seus funcionários e colaboradores a participarem de ações para erradicação do problema; apoiar projetos de reintegração social de crianças e adolescentes; monitorar os resultados de suas ações; e, no caso de federações e entidades empresariais, mobilizar seus associados para se engajarem nesse enfrentamento.
Depois de aderirem ao Pacto, as empresas recebem apoio técnico da Childhood Brasil para desenvolver ações com seus colaboradores, inclusive os contratados. “Percebemos, em 2010, que muitas signatárias têm ampliado o engajamento e a criatividade em relação à causa, realizando não só ações com os motoristas de caminhão, como também com seu público interno e até com a comunidade”, afirma Rosana Junqueira, coordenadora do Na Mão Certa. Estes trabalhos de sucesso são quinzenalmente apresentados no boletim eletrônico do Programa, que segue para todas as signatárias.