O papel da escola na proteção à infância
Para que a escola se torne de fato uma aliada na proteção à infância, a educadora ressalta que é preciso que professores e gestores possam contar com um projeto de educação sexual interdisciplinar que trabalhe não só o desenvolvimento da criança em todos os seus aspectos, mas também instigue a criança para que ela se torne um sujeito ativo. “Quanto mais conhecimento ela tiver, mais capacidade de defesa ela terá. É possível que ela venha a ter mais consciência e mais instrumentos para se defender”, afirma Rita.
Nesse sentido, a coordenadora de programas da Childhood Brasil, Gorete Vasconcelos ressalta que a produção de materiais que facilitem a abordagem do assunto com uma linguagem escrita e ilustrada de fácil compreensão, sem moralismo, mas com respeito, pode contribuir muito para a introdução do tema nesses espaços, uma vez que a temática pode trazer à tona preconceitos e tabus interiorizados dos próprios educadores.
Ela acrescenta que outras medidas também são necessárias. “Ainda considero importante que a comunidade escolar mantenha um processo contínuo de formação dos educadores e que nas reuniões com os pais as temáticas da sexualidade e da prevenção à violência sejam abordadas de forma esclarecedora e acolhedora, sem tabus e preconceitos”, diz.
Limitações
Embora o tema do enfrentamento à violência sexual já esteja presente em algumas escolas, ele ainda tem sido tratado como um tema secundário. “A situação é bastante frágil. Material teórico existe, mas falta metodologia para implantar as ações. É necessária uma série de ações e de disponibilização de recursos para isso”, diz Rita Ippolito.
Para baixar o Guia Escolar: Métodos para identificação de sinais de abuso e a exploração sexual em crianças e adolescentes , clique aqui.