Mortalidade infantil é alta entre filhos de adolescentes
De cada 10 bebês mortos no país, dois são filhos de adolescentes, segundo estudo sobre políticas públicas de proteção à saúde infantil e materna no Brasil, realizado pela Visão Mundial. Este dado representa mais de 8500 bebês mortos a cada ano.
A pesquisa mostra que, enquanto nos últimos dez anos o índice de mortalidade infantil em geral caiu em todo o país, não houve melhoras quando se trata de gravidez na adolescência. Hoje, 20% das grávidas têm idade entre 10 e 19 anos e, todos os dias, nove destes bebês morrem antes de completar um ano. Mais da metade das mortes é de afrodescendentes, vindos das camadas mais pobres da população.
Se este bebê nascer no Norte ou Nordeste do País, terá chance duas vezes menor de sobreviver do que nas outras regiões. O estado de Alagoas registra o pior índice com 47 mortes a cada mil nascidos, mais que o dobro da média nacional (19 por mil).
A pesquisa faz parte da campanha Saúde para as Crianças Primeiro, cuja meta é engajar líderes governamentais e sociedade civil na priorização de ações para reduzir a mortalidade infantil e materna na adolescência até 2015. O trabalho segue as Metas do Milênio (4 e 5) da Organização das Nações Unidas, de reduzir em 2/3 a mortalidade infantil e promover a saúde materna. Hoje, as principais causas de mortalidade de filhos de adolescentes são: nascimentos prematuros, peso abaixo do normal e má qualidade no atendimento pré-natal.
A campanha é apoiada pela Sociedade Brasileira de Pediatria; pelo Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Marista de Solidariedade, Instituto de Zero a Seis e Superintendência de Políticas para a Criança e o Adolescente da Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos de Alagoas.
Sobre a Visão Mundial
Criada em 1975 no Brasil, a ONG cristã Visão Mundial faz parte da World Vision International, instituição que atua em 100 países para combater as causas da pobreza.
A instituição está presente na região semiárida no Nordeste do país, no Vale do Jequitinhonha, na Amazônia e nas principais regiões metropolitanas. Seus projetos priorizam as crianças que vivem em comunidades em situação de vulnerabilidade e têm como meta promover o desenvolvimento transformador das potencialidades destas pessoas.