Homenagem da Childhood Brasil a jovem que há um mês brilha no céu
É com imenso pesar que a equipe da Childhood Brasil escreve esta nota para o blog. Amanhã, dia 31/7, será completado um mês do falecimento do jovem José Dayvison Oliveira dos Santos, que participava do projeto Inclusão de Jovens, em Pernambuco. O menino de 19 anos desejava viajar e trabalhar na área turística. Infelizmente, Dayvison foi assassinado em uma briga de gangue, o que deixou a todos que trabalhavam em sua formação, indignados. Ao mesmo tempo, o ocorrido inspira a equipe a continuar lutando por uma perspectiva de vida que contemple de forma integral os direitos e os sonhos de crianças e adolescentes. “A história deste jovem não é isolada, retrata os altos índices de violência que constatamos em Pernambuco e nos revela o alarmante descaso na formulação de políticas para a juventude que realmente diminuam a violência”, afirma Gorete Vasconcelos, coordenadora de programas da Childhood Brasil.
Descontente com a falta de oportunidades na cidade de São Jose da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco, Dayvison tinha vontade de se mudar e crescer na carreira pretendida, mas antes estava determinado a finalizar seu curso de capacitação profissional nas áreas de gastronomia e hotelaria para jovens, realizado pela Childhood Brasil, em parceria com a Plan Brasil/Holanda e com o Senac. Antes mesmo do término do curso, já estava aprovado e prestes a comemorar sua formatura com os colegas. O curso é voltado para jovens de 16 a 26 anos em situação de vulnerabilidade social. Entre 2010 e 2011, a iniciativa contou com o apoio do Ministério do Turismo. Foram 400 jovens formados nasáreas de gastronomia e hotelaria e cerca de 85% deles estão no mercado de trabalho.
O triste fato corrobora números extremamente preocupantes que merecem atenção: de acordo com o Mapa da Violência, do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA), em 2010, do total de 20.048 mortes por causas externas, 43% delas foram assassinatos. As demais estão distribuídas da seguinte forma: acidentes de transporte, 27%; outros acidentes, 19,7%; suicídio, 3,5% e outras violências, 6.2%.
“Infelizmente, apesar das histórias que nos enchem de orgulho, de jovens que conseguem desenhar uma história diferente, ainda há muita vulnerabilidade na região e há casos como esse que nos entristecem e causam indignação”, diz Gorete. “Precisamos continuar fazendo a diferença na vida destes adolescentes, exigindo perspectivas para a juventude em nosso estado”. Esperamos que o Brasil não testemunhe mais casos como o de Dayvison e desejamos aos seus familiares paz e força.