Fortaleza é citada como a capital brasileira da exploração sexual de crianças e adolescentes.

A poucos meses da Copa do Mundo de 2014, o jornal britânico The Guardian cita Fortaleza, uma das cidades-sede, como a capital brasileira da exploração sexual de crianças e adolescentes. “É um imã para o turismo sexual”, enfatiza a matéria.

O texto cita que travestis são vistas nas esquinas Avenida Juscelino Kubitschek, próximo à Arena Castelão e ressalta que a procura maior é pelas adolescentes. Com a proximidade da Copa, a preocupação é que haja uma “explosão” da exploração sexual, com pessoas migrando do Interior para as grandes cidades para “atender à demanda dos fãs de futebol local e estrangeiros”. A publicação destaca que 100 mil adolescentes encontravam-se nessa situação, em 2001, no país, saltando para meio milhão em 2012.

Na cidade de Fortaleza, só existe uma delegacia especializada em investigar crimes contra crianças e adolescentes. No Interior do Estado, apesar do aumento do número de casos, não há nenhum posto de atendimento.

Outra defasagem é em relação aos equipamentos disponibilizados pelo Estado para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Talita Maciel, advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), denuncia que o Ceará está muito aquém do necessário para fazer frente a esta realidade. “A gente percebe que há uma subnotificação dos casos de exploração sexual, porque ainda existe uma cultura de que as meninas que estão sendo violentadas não são vítimas”, explica.

Para reverter essa situação, a advogada frisa que é preciso fazer uma ampla campanha de divulgação contra o crime, tão presente em Fortaleza e que tem se acentuado nas rodovias federais. Em nota, a Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos de Fortaleza informa que a Prefeitura mantém quatro espaços para abrigamentos de crianças e adolescentes em situação de risco de violência: Casa dos Meninos, Casa das Meninas, Espaço Temporário de Acolhimento e Espaço Aquarela. Informa, ainda, que a secretaria vem trabalhando desde o início do ano com ações voltadas para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.

O que fazer quando há a suspeita de um caso de abuso dentro de sala de aula ou na comunidade? Como abordar o tema tão delicado com crianças e adolescentes em um trabalho preventivo? A sessão de publicações sobre o tema traz diversos materiais de metodologias desenvolvidas pela Childhood Brasil e por outras instituições parceiras. Acesse:(http://www.childhood.org.br/entenda-a-questao/publicacoes)

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