É preciso ter certeza que uma criança ou adolescente está sofrendo violência para denunciar? | Entrevista Globo Estrada Na Mão Certa
Todas as quintas-feiras, às 15h30, a Rádio Globo AM, em parceria com a Childhood Brasil, realiza o Programa Globo Estrada na Mão Certa. Apresentado pelo radialista Pedro Trucão, o quadro apresenta o tema da proteção à infância por meio de entrevistas e dicas de prevenção e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, convidando os motoristas de caminhão a atuarem como agentes de proteção dos direitos da infância e da adolescência.
Em 20 de outubro, o programa entrevistou a coordenadora do núcleo de Santo André do Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD – CRAMI, Marjorie de Lima Macedo. Ela falou sobre a instituição e como a sociedade tem o dever de proteger crianças e adolescentes em vulnerabilidade.
Marjorie destacou a importância de que todos defendam os diretos das crianças e dos adolescentes. “Quando pensamos na proteção de um jovem, vem à nossa mente que este papel é designado à sua família. Porém, quando dizemos que qualquer pessoa pode protegê-la, estamos ampliando essa questão”, afirma. De acordo com o artigo quarto do ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever da família e da sociedade em geral assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes. Portanto, qualquer pessoa pode (e deve) proteger crianças e adolescentes em situação de violência.
Além disso, Marjorie destacou que a denúncia pode vir de qualquer pessoa. Conforme o artigo 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente, nos casos de suspeita ou confirmação de maus tratos, deverão ser comunicados aos principais canais de denúncia: os conselhos tutelares, presente em todos os municípios, o 181 ou o Disque 100. O último é um canal de âmbito federal que aceita denúncias anônimas. As ligações são gratuitas, analisadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis e funcionam 24 horas por dia.
Por final, a coordenadora explicou a questão do acolhimento realizado pelo CRAMI em casos de violência. A primeira coisa a ser feita é realizar a escuta por profissionais da área de psicologia e do serviço social, visando o acolhimento e a compreensão da dinâmica da família. A partir do primeiro diagnóstico, é trabalhada a questão do fortalecimento das relações familiares, buscando novas formas de relacionamento sem o uso da violência.
Para finalizar, Marjorie ressaltou a importância de denunciar. “Muitos se apegam a essa questão da certeza, mas muitas vezes a certeza é o óbito da criança e do adolescente em situação de violência”, explica. A denúncia vai fazer com que a família seja observada e encaminhada para redes de atendimento, com o objetivo de interromper o ciclo da violência.
Ouça o programa completo no site do Programa Na Mão Certa ou clicando aqui.