Cartilha Navegar com Segurança ganha nova edição
Ao mesmo tempo, 50% dos pais e mães não verificam as pessoas adicionadas às redes sociais de seus filhos e 74% deles reconhecem que deveriam fazer mais em relação ao uso da internet por seu filho. É justamente para colaborar com os pais, educadores e responsáveis por crianças e adolescentes que a Childhood Brasil está lançando a 3ª edição da cartilha Navegar com Segurança – por uma infância conectada e livre da violência sexual, disponível para download gratuito aqui.
A cartilha, dividida em quatro capítulos (O que é a internet; os perigos da internet; o papel de pais e educadores; como denunciar), traz dicas simples e informações objetivas e práticas para que os adultos assumam uma postura proativa na prevenção da violência sexual. “A cartilha tem sido importante em dois aspectos: primeiro porque diz respeito à sociedade, contribuindo para que adultos orientem adolescentes e crianças a usarem a internet de forma mais ética e responsável e abre um espaço para o debate de como se preservar e se proteger no mundo online”, diz Erika Kobayashi, coordenadora de programas da Childhood Brasil.
“O segundo aspecto é mais institucional: a Childhood Brasil acha importante estar presente neste diálogo, inclusive na mídia. Isso nos faz interagir constantemente com o tema e atualizar o nosso olhar. Ou seja, nos obriga a não ficarmos parados. A tecnologia é dinâmica e nosso olhar também acompanha este movimento”, complementa.
Para Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, uma das grandes virtudes da cartilha é dar subsídios para os professores abordarem o tema de segurança na internet em sala de aula. “Existem várias pesquisas que evidenciam a insegurança de professores ao tratar do assunto ‘tecnologia’. Gírias e termos tão triviais para alunos são palavrões para pais e professores”, diz. Segundo ele, a cartilha sintetiza temas que são tabus em casa e na escola, como é o caso da violência sexual. “É um instrumento pedagógico, um guia para o diálogo franco. Como explica vários conceitos, ela dissemina essa informação tão importante”, conclui.
Vale lembrar que a cartilha Navegar com Segurança é voltada para os adultos. Para as crianças, recomendamos o uso da cartilha Saferdicas, produzida pela Safernet Brasil.
Histórico – Em seis anos de existência do projeto Navegar com Segurança, a Childhood Brasil já distribuiu um milhão de cartilhas para mais de 200 organizações em todo o País. O material foi trabalhado com o Sistema S (Sesc, Sesi, Senai) e também com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, além de diversos parceiros como a Safernet Brasil, organização apoiada pela Childhood Brasil desde 2006 em diversas ações de prevenção e denúncia.
Além de dicas, a cartilha Navegar com Segurança aborda temas relacionados à internet, como na edição anterior, quando foi contextualizado o uso do termo pedofilia na capa da cartilha. O termo vem sendo erroneamente difundido pela mídia ao abordar casos de abuso sexual. Pedofilia se trata de uma doença, um desvio de sexualidade, que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído por crianças e adolescentes de forma compulsiva e obsessiva, podendo levar ao abuso sexual. Nem todo pedófilo é abusador. E nem todo abusador sexual é um pedófilo.
Alguns dados:
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- Em maio de 2012, o grupo de usuários da internet entre 2 a 11 anos de idade chegou a 5,9 milhões, o que corresponde a 14,1% do total de usuários ativos de internet em casa;
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- A evolução nos últimos dois anos foi de 1 milhão de novas crianças por ano;
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- 75% dos adolescentes entre 10 e 18 anos navegam na internet, enquanto entre as crianças de 6 a 9 anos, o índice é de 47%;
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- No mundo são 2,1 bilhões de usuários, 30% da população mundial;
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- Segundo a Central de Denúncias da Safernet, foram registradas 10.715 denúncias de pornografia infantil no primeiro semestre de 2012, em comparação com 7.743 no mesmo período de 2011. Houve, portanto, um crescimento de 38,4% no número de denúncias.
Fonte: Cartilha Navegar com Segurança (3ª edição)