Brasil está entre os 10 países com maior número de voluntários
Mais de 155 mil pessoas foram entrevistadas em 2011 e tiveram que responder se, no mês anterior à pesquisa, tinham feito doações em dinheiro para alguma entidade ou pessoa; trabalhado como voluntário para alguma organização; ou ajudado uma pessoa desconhecida. No ranking, os países mais solidários são Austrália, Irlanda, Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos.
No Brasil, 44% dos entrevistados disseram ter ajudado uma pessoa desconhecida no mês anterior, 24% realizaram doações financeiras e 12% atuaram como voluntários. Esses dados fizeram o país ficar abaixo de Camarões, Estônia, Kosovo e Eslováquia e logo acima de Congo, Japão, Paquistão e Arábia Saudita.
O estudo foi divulgado pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) no Brasil. “Poderíamos estar doando oito vezes mais”, afirma Marcos Kisil, diretor-presidente do IDIS. Para Kisil, embora o brasileiro seja um povo solidário, ele ainda doa muito pouco porque o faz de maneira assistencialista e não como investidor social. “A diferença entre um e outro é a vontade de mudar o status quo do beneficiário, de participar de transformações que desenvolvam o indivíduo, sua família, sua comunidade”, diz.
Nesse sentido, o papel desempenhado pelo poder público pode ser importante para que o brasileiro possa crescer e desenvolver sua solidariedade, especificamente, como doador. Segundo Kisil, os países líderes do ranking são aqueles nos quais o governo entendeu a importância de incentivar as doações voluntárias, com incentivos fiscais. No Brasil, entretanto, desde a criação da Lei das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, em março de 1999, o Brasil ainda não conseguiu realizar alterações no marco legal de incentivos e de doações.