Abuso sexual de adolescente provoca surto em pai
Schwimmer conta que a história daquele senhor, e de como o estupro devastou sua família, o abalou tão profundamente que percebeu que precisava fazer o roteiro do filme sob a ótica do drama dos familiares, especialmente dos homens. Sua proposta é humanizar uma questão que ainda não é muito retratada, estimular os pais a dialogarem com os filhos sobre a segurança na internet e os fazer pensar e questionar as ferramentas da internet, num mundo onde a conexão eletrônica é frequentemente mais valorizada e mais difícil de ser controlada.
“O abuso destrói toda a família, já acompanhei casos em os pais se divorciam ou o pai surta”, afirma a psicóloga Renata Libório, psicóloga da Unesp e organizadora do livro “A exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil”. Outras vezes, os parentes tentam fazer justiça com as próprias mãos e chegam até a matar o autor do crime. No filme, o pai fica tão obcecado com a ideia de vingança, que se prejudica no trabalho e abala toda a família. Ele começa a enxergar o abusador em outras pessoas e chega até a pensar em utilizar uma arma de fogo. “O roteiro é ótimo, e contou com a ajuda de especialistas, porque é muito real e mostra situações que vejo nos casos que atendo”, afirma Renata.
Apoio a vítimas de estupro
Há mais de dez anos, o diretor Schwimmer é membro ativo da diretoria da Rape Foundation, associação que possui um centro de tratamento e de apoio a vítimas de estupro, em Santa Mônica, nos Estados Unidos.
Ele tem trabalhado para levantar fundos pela causa, promover a conscientização, prevenção e educação, por meio de campanhas educativas para a televisão. O diretor conta que muitos de seus amigos foram vítimas de estupro e violência sexual infantil, inclusive uma namorada sua, que o motivou também a enfrentar o problema e fazer campanhas contra o estupro e a pedofilia.
Este é o segundo longa-metragem de Schwimmer, que também dirigiu “Maratona do Amor”, além de diversos filmes e episódios de séries para TV.