A importância de incluir adolescentes e crianças em discussões sobre violência

“Dar voz à criança e ao adolescente em eventos e tomadas de decisão é o caminho para o futuro”, afirma Cláudia Cabral, diretora executiva e fundadora da Associação Brasileira Terra dos Homens (ABTH) , que promove hoje, no Rio de Janeiro, o seminário “A participação das crianças e dos adolescentes nas atividades de prevenção à violência na família, na escola e na comunidade para a promoção de uma cultura de paz”. O encontro, que acontece no auditório da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), está sendo realizado em parceria com a Oficina Internacional Católica da Infância (BICE).

Para compor o painel, foram convidados representantes de diversos países para compartilhar experiências de protagonismo juvenil realizadas no Peru, na Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile, República Dominicana e Bélgica. “Precisamos mostrar os desafios de ouvir os jovens e apresentar de que forma ajudá-los a se organizar para expressar seus problemas e projetos”, diz Cláudia. “Vamos apresentar processos que já deram certo na formação de comitês e fóruns”, diz Cláudia.

Ela ressalta que, por coincidência, o seminário foi agendado no mesmo dia de celebração dos 22 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente e afirma que saber escutar os jovens é uma forma de colocar em prática o ECA.

Entre os palestrantes presentes estão: Antônio Carlos de Oliveira, especialista em violência do Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; Fernanda Banus, coordenadora do projeto piloto do Programa de Medidas Sócio-Educativas da Prefeitura do Rio de Janeiro; Tarcísio Padilha, filósofo da Academia Brasileira de Letras; Luciano Ramos, da Associação Brasileira Terra dos Homens; Maria Elena Iglesia Lopes – CESIP/Peru; Enrique Escobar – BECA/Paraguai e Rita Ceballos – CCP/República Dominicana.

Além das palestras, o seminário conta com a participação dos jovens protagonistas do Programa Raízes Locais da Associação Brasileira Terra dos Homens, que apresentam a peça Um Causo no Sertão – Eu conto ou Tu contas“, sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes.

A voz da Terra dos Homens

A associação promove o protagonismo infantojuvenil em comissões, grupos de arte e cultura para incentivar a participação de crianças e adolescentes em ações para o bem comum e para defender e assegurar seus direitos junto às autoridades políticas. Os projetos da Associação Terra dos Homens contam com o apoio da Childhood Brasil.

Em 16 anos de atuação, a ONG já atendeu cerca de 12 mil crianças e adolescentes, com a reintegração para suas famílias e interrupção do ciclo de violência doméstica. Eles estavam separados ou em vias de se afastar de seus parentes, vivendo em abrigos ou nas ruas, usando drogas e sofrendo violência. A experiência do trabalho direto com as famílias e a melhoria de condições de vida da comunidade para promover a garantir dos direitos da criança e do adolescente gerou uma metodologia hoje aplicada em outros locais do país. Um dos principais programas da Terra dos Homens é o Raízes Locais, de atendimento psicológico e social para casos críticos de crianças em situação de rua, em Mangueirinha e Duque de Caxias, na baixada fluminense do Rio de Janeiro.

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