7,9 milhões de adolescentes vivem em famílias com renda mensal inferior a meio salário mínimo

Brasil tem mais de 21 milhões de adolescentes

Os adolescentes brasileiros estão mais expostos à pobreza e à violência, segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado no final deste ano. Cerca de 7, 9 milhões de adolescentes, entre 12 e 17 anos, vivem em famílias com renda inferior a meio salário mínimo per capita por mês. O número equivale a 38% dos brasileiros nesta faixa etária. A situação é ainda mais alarmante para os outros 3,7 milhões de garotos desta idade vindos de famílias que ganham até um quarto de salário mínimo per capita mensal.

A pesquisa também revelou que enquanto 3% as crianças entre 6 e 14 anos não frequentam a escola, o número sobe para 14,8%% entre os adolescentes entre 15 e 17. Metade dos que frequentam sala de aula ainda está no ensino fundamental, quando já deveria estar no ensino médio. A escolaridade média na faixa etária é 7,3 anos de estudo, quando deveria ser superior a nove anos de estudo.

Além da maior incidência da pobreza e da baixa escolaridade entre os adolescentes, o documento assinala ainda problemas atuais como maior risco de morte violenta, privação da convivência familiar e comunitária; e outras situações que podem influenciar negativamente o futuro como gravidez precoce, exploração sexual, abuso de drogas e contágio com doenças sexualmente transmissíveis.
A pobreza e a desigualdade social são os principais fatores de vulnerabilidade social responsáveis pelo aumento da exploração e da violência sexual de crianças e adolescentes. Os aliciadores geralmente oferecem alimentos, brinquedos, favores e dinheiro em troca de sexo. A falta de perspectivas tem impulsionado o turismo sexual em regiões carentes em todo o país, principalmente no Nordeste. Segundo especialistas, uma das maneiras de prevenir o problema é a melhor distribuição de renda,  implementação de políticas públicas de fortalecimento às famílias e investir em programas de educação social nas escolas.

O relatório do Unicef aponta que o investimento social na adolescência é estratégico, porque hoje 11% da população brasileira está na faixa etária de 12 a 17 anos (mais de 21 milhões de pessoas). O documento compila dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde, do Ministério da Educação, entre outras fontes.

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