dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes são cometidos por conhecidos. A maioria,
A campanha Olhe mais de Perto: um olhar atento pode salvar uma criança, faz um convite para todos olharem para sua casa com mais atenção - literalmente, e principalmente para como estamos criando nossas crianças e adolescentes.
Cenário da violência sexual contra crianças e adolescentes
Escute e acredite
na criança
Escuta infantil. O que é? Como colocar em prática? E por que ela representa a manutenção dos direitos da criança? Escutar crianças é um gesto sensível, que ultrapassa a ação, embora tenha início com ela. É um processo que demanda atenção, cuidado e, principalmente, disponibilidade – não só de tempo, mas de afeto. A complexidade esbarra em uma série de questões práticas, como a falta de tempo dos adultos para dar conta de todas as demandas das crianças. Então, como praticar a escuta infantil de fato?
Sobre abuso e exploração sexual
A vítima não é e nunca será responsável pela violência que sofreu;
O corpo das crianças não é objeto, é inviolável;
Quando você culpa a vítima, fica do lado do agressor;
Carinho que é carinho não precisa ficar em segredo;
Não existe “sexo” com crianças de menos de 13 anos. O nome é estupro de vulnerável;
Crianças não têm o entendimento completo da situação e de suas consequências para consentir com “atos sexuais”;
Abuso sexual não acontece só com força física.
ESCUTE, ACREDITE E FIQUE ATENTO AO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
As diversas formas de violência contra crianças e adolescentes não se manifestam apenas em indícios físicos, mas também em sinais emocionais e comportamentais. Estar alerta às atitudes de crianças e adolescentes do seu convívio é o primeiro passo para identificar situações de violação de direitos.
Mudanças bruscas de comportamento e humor
Medo de escuro ou de ficar sozinho;
Lesões ou hematomas frequentes
Sonolência excessiva ou falta de sono
Perda ou excesso de apetite;
Isolamento social e baixa autoestima
Queda no rendimento escolar ou evasão
Recusa em ficar com determinada pessoa;
Dificuldade de confiar em outras pessoas
Como falar com as crianças:
Crie um espaço seguro: para comunicarem suas emoções, pensamentos e experiências, crianças precisam se sentir confortáveis e entender que não serão julgadas ou punidas. Valide os sentimentos dos pequenos, estabeleça essa relação e seja um dos adultos de confiança deles.
Ouça com interesse e atenção: manter um diálogo aberto, conversando sobre dúvidas e curiosidades que surjam durante o desenvolvimento e o reconhecimento do próprio corpo, dentre outras formas, é essencial para que crianças e adolescentes se desenvolvam plenamente sem avançar etapas. Também evita a desinformação e contribui para a prevenção de abusos sexuais.
Ensine sobre consentimento: essa é uma importante ferramenta de cuidado que permite entrar em contato com a própria sexualidade de forma saudável e segura e aprender sobre o respeito aos próprios limites e aos dos outros.
Acredite nas crianças: nunca ignore ou duvide caso crianças e adolescentes lhe procurem para relatar casos de violência sexual. Além de acreditar, precisamos assumir uma postura acolhedora e sensível para ouvi-las e encaminhar o caso aos serviços que podem ajudar os pequenos a lidar com o trauma.
Utilize livros infantojuvenis para abordar sexualidade e autoproteção com as crianças:
Segredo, segredíssimo (Geração Editorial, 2011), de Odívia Barros:
Ela vivia com muito medo e sempre que o tio aparecia, ela queria apenas se esconder e fugir. "Segredo, segredíssimo" é um livro que nos ajuda a cuidar, dialogar e proteger nossas crianças do abuso sexual.
Não me toca, seu boboca (Aletria, 2017), de Andrea Viviana Taubman:
Ritoca tem uma história para contar, meio difícil de entender, muito difícil de falar. De maneira lúdica, o livro mostra a todas as crianças o que é a situação de violência sexual e o que fazer para evitá-la.
Pipo e Fifi (Caqui Editora, 2023), de Caroline Arcari:
explora a diferença entre toque afetivo e toque abusivo, de forma educativa e compreensível para crianças a partir de 3 anos.
Gogô, de onde vêm os bebês? (Caqui Editora, 2021), de Caroline Arcari:
Gogô, uma cegonha sábia, ensina conceitos importantes sobre a origem dos bebês, abordando também valores como consentimento e prevenção da violência sexual.
CRESCER SEM VIOLÊNCIA
Utilize obras audiovisuais para auxiliar essa conversa!
O projeto Crescer sem Violência, uma parceria Canal Futura, Childhood Brasil e Unicef, aborda temas como conhecimento do corpo, exposição na internet, gênero, empoderamento, puberdade e autoproteção de forma informativa e lúdica para crianças e adolescentes. Conta com três séries audiovisuais:
O QUE OS PAIS DEVEM SABER SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL:
Sexualidade e sexualização não são sinônimos:
Sexualidade é uma parte natural do desenvolvimento humano e faz parte da infância e da adolescência. Se manifesta por meio da curiosidade e do reconhecimento do próprio corpo, dentre outras formas;
Sexualização é uma ação externa às crianças e adolescentes, que as coloca como indivíduos passíveis de adquirir e expressar conotação sexual.
Conversar sobre sexualidade protege e previne abusos:
Manter um diálogo aberto, conversando sobre dúvidas e curiosidades que surjam durante esse processo, é essencial para que crianças e adolescentes se desenvolvam plenamente sem avançar etapas. Também evita a desinformação e contribui para a prevenção de abusos sexuais.
Educação sexual não é:
Ensinar apenas sobre o corpo humano e os genitais;
Erotizar e adultizar a criança;
Apenas responder perguntas sobre sexualidade.
A educação sexual fortalece o respeito pelos próprios limites e pelos dos outros: Entrar em contato com a própria sexualidade de forma saudável e segura é uma importante ferramenta de cuidado. Tanto para indicar onde dói, por exemplo, ajudando os adultos responsáveis a zelarem por sua saúde, como para perceber os limites entre carinho e abuso sexual.
A educação sexual contribui para o fortalecimento da autoestima: A infância e a adolescência são períodos de transformações físicas e emocionais. Conversar sobre isso de forma adequada e positiva ajuda a desenvolver uma autoimagem saudável, reduzindo medos e ansiedades, e ajudando crianças e adolescentes a se sentirem mais seguras e informadas.
Conversar sobre sexualidade fortalece o vínculo entre responsáveis e crianças e adolescentes: Quando se aborda a sexualidade de maneira informada e sensível, demonstrando respeito pelos sentimentos e necessidades dos pequenos, a confiança mútua é reforçada. Demonstrar compreensão e apoio cria um ambiente onde as crianças e adolescentes se sentem seguras e apoiadas, inclusive para comunicar desconfortos e situações de risco.
COMO DENUNCIAR
Como denunciar casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes?