Campanha olhe mais de perto
85%

dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes são cometidos por conhecidos. A maioria,

Dentro de Casa

A campanha Olhe mais de Perto: um olhar atento pode salvar uma criança, faz um convite para todos olharem para sua casa com mais atenção - literalmente, e principalmente para como estamos criando nossas crianças e adolescentes.

Cenário da violência sexual contra crianças e adolescentes

A CADA HORA 8 CRIANÇAS OU ADOLESCENTES SÃO VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO BRASIL;

apenas 8,5% dos casos denunciados.

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8  EM CADA 10 VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL TÊM MENOS DE 17 ANOS, ou seja, QUASE 80% DOS CASOS DE ESTUPRO INCIDEM SOBRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Vítimas de estupro e estupro de vulnerável menores de 14 anos, por raça/cor (em %) Brasil, 2023

gráfico Análise produzida com base nos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024
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Faixa etária das vítimas de estupro e estupro de vulnerável (em %) Brasil, 2023

gráfico Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024
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(%) Estupro de vulnerável (até 13 anos) por tipo de local do crime

gráfico Fonte: Análise produzida a partir dos microdados dos registros policiais e das Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024
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Escute e acredite
na criança

Escuta infantil. O que é? Como colocar em prática? E por que ela representa a manutenção dos direitos da criança? Escutar crianças é um gesto sensível, que ultrapassa a ação, embora tenha início com ela. É um processo que demanda atenção, cuidado e, principalmente, disponibilidade – não só de tempo, mas de afeto. A complexidade esbarra em uma série de questões práticas, como a falta de tempo dos adultos para dar conta de todas as demandas das crianças. Então, como praticar a escuta infantil de fato?

Imagens da campanha

Sobre abuso e exploração sexual

Ocorre quando crianças e adolescentes são induzidos ou forçados a práticas sexuais;

Situações em que crianças ou adolescentes são usados para satisfação sexual de um adulto ou de pares, por meio de ameaça ou sedução. Pode ocorrer com ou sem contato físico (como em ambientes on-line).

Ocorre quando há o pagamento por adultos para manter alguma forma de relação sexual com crianças e adolescentes. Esse pagamento não necessariamente é feito com dinheiro. Podem ser utilizadas caronas, refeições, presentes e etc.

A vítima não é e nunca será responsável pela violência que sofreu;

O corpo das crianças não é objeto, é inviolável;

Quando você culpa a vítima, fica do lado do agressor;

Carinho que é carinho não precisa ficar em segredo;

Não existe “sexo” com crianças de menos de 13 anos. O nome é estupro de vulnerável;

Crianças não têm o entendimento completo da situação e de suas consequências para consentir com “atos sexuais”;

Abuso sexual não acontece só com força física.

ESCUTE, ACREDITE E FIQUE ATENTO AO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

As diversas formas de violência contra crianças e adolescentes não se manifestam apenas em indícios físicos, mas também em sinais emocionais e comportamentais. Estar alerta às atitudes de crianças e adolescentes do seu convívio é o primeiro passo para identificar situações de violação de direitos.

Mudanças bruscas de comportamento e humor

Medo de escuro ou de ficar sozinho;

Lesões ou hematomas frequentes

Sonolência excessiva ou falta de sono

Perda ou excesso de apetite;

Isolamento social e baixa autoestima

Queda no rendimento escolar ou evasão

Recusa em ficar com determinada pessoa;

Dificuldade de confiar em outras pessoas

Como falar com as crianças:

Crie um espaço seguro: para comunicarem suas emoções, pensamentos e experiências, crianças precisam se sentir confortáveis e entender que não serão julgadas ou punidas. Valide os sentimentos dos pequenos, estabeleça essa relação e seja um dos adultos de confiança deles.

Ouça com interesse e atenção: manter um diálogo aberto, conversando sobre dúvidas e curiosidades que surjam durante o desenvolvimento e o reconhecimento do próprio corpo, dentre outras formas, é essencial para que crianças e adolescentes se desenvolvam plenamente sem avançar etapas. Também evita a desinformação e contribui para a prevenção de abusos sexuais.

Ensine sobre consentimento: essa é uma importante ferramenta de cuidado que permite entrar em contato com a própria sexualidade de forma saudável e segura e aprender sobre o respeito aos próprios limites e aos dos outros.

Acredite nas crianças: nunca ignore ou duvide caso crianças e adolescentes lhe procurem para relatar casos de violência sexual. Além de acreditar, precisamos assumir uma postura acolhedora e sensível para ouvi-las e encaminhar o caso aos serviços que podem ajudar os pequenos a lidar com o trauma.

Utilize livros infantojuvenis para abordar sexualidade e autoproteção com as crianças:

Segredo, segredíssimo

Segredo, segredíssimo (Geração Editorial, 2011), de Odívia Barros:

Ela vivia com muito medo e sempre que o tio aparecia, ela queria apenas se esconder e fugir. "Segredo, segredíssimo" é um livro que nos ajuda a cuidar, dialogar e proteger nossas crianças do abuso sexual.

Não me toca, seu boboca

Não me toca, seu boboca (Aletria, 2017), de Andrea Viviana Taubman:

Ritoca tem uma história para contar, meio difícil de entender, muito difícil de falar. De maneira lúdica, o livro mostra a todas as crianças o que é a situação de violência sexual e o que fazer para evitá-la.

Pipo e Fifi

Pipo e Fifi (Caqui Editora, 2023), de Caroline Arcari:

explora a diferença entre toque afetivo e toque abusivo, de forma educativa e compreensível para crianças a partir de 3 anos.

Gogô, de onde vêm os bebês?

Gogô, de onde vêm os bebês? (Caqui Editora, 2021), de Caroline Arcari:

Gogô, uma cegonha sábia, ensina conceitos importantes sobre a origem dos bebês, abordando também valores como consentimento e prevenção da violência sexual.

O QUE OS PAIS DEVEM SABER SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL:

Sexualidade e sexualização não são sinônimos:

Sexualidade é uma parte natural do desenvolvimento humano e faz parte da infância e da adolescência. Se manifesta por meio da curiosidade e do reconhecimento do próprio corpo, dentre outras formas;

Sexualização é uma ação externa às crianças e adolescentes, que as coloca como indivíduos passíveis de adquirir e expressar conotação sexual.

Conversar sobre sexualidade protege e previne abusos:

Manter um diálogo aberto, conversando sobre dúvidas e curiosidades que surjam durante esse processo, é essencial para que crianças e adolescentes se desenvolvam plenamente sem avançar etapas. Também evita a desinformação e contribui para a prevenção de abusos sexuais.

Educação sexual não é:

Ensinar apenas sobre o corpo humano e os genitais;

Erotizar e adultizar a criança;

Apenas responder perguntas sobre sexualidade.

A educação sexual fortalece o respeito pelos próprios limites e pelos dos outros: Entrar em contato com a própria sexualidade de forma saudável e segura é uma importante ferramenta de cuidado. Tanto para indicar onde dói, por exemplo, ajudando os adultos responsáveis a zelarem por sua saúde, como para perceber os limites entre carinho e abuso sexual.

A educação sexual contribui para o fortalecimento da autoestima: A infância e a adolescência são períodos de transformações físicas e emocionais. Conversar sobre isso de forma adequada e positiva ajuda a desenvolver uma autoimagem saudável, reduzindo medos e ansiedades, e ajudando crianças e adolescentes a se sentirem mais seguras e informadas.

Conversar sobre sexualidade fortalece o vínculo entre responsáveis e crianças e adolescentes: Quando se aborda a sexualidade de maneira informada e sensível, demonstrando respeito pelos sentimentos e necessidades dos pequenos, a confiança mútua é reforçada. Demonstrar compreensão e apoio cria um ambiente onde as crianças e adolescentes se sentem seguras e apoiadas, inclusive para comunicar desconfortos e situações de risco.

COMO DENUNCIAR

Como denunciar casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes?

É um dos mais importantes canais de denúncia de violação de direitos humanos no Brasil. Funciona diariamente, 24h por dia, incluindo sábados, domingos e feriados, e é gratuito.

Esse órgão público municipal representa a sociedade na missão de proteger crianças e adolescentes que tiveram direitos violados ou que estão em situação de risco. A denúncia pode ser feita por telefone ou pessoalmente. Procure o mais próximo da sua região.

A Polícia Militar pode ser acionada imediatamente em situações de flagrante ou emergência, como no caso de abuso sexual em andamento, por meio do Disque 190. Já a Polícia Civil atua na investigação após a denúncia, registrando a ocorrência, coletando provas e elaborando a investigação policial. A denúncia pode ser feita pessoalmente em uma delegacia, por ligação gratuita. Os serviços estão disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana.

DELEGACIAS ESPECIALIZADAS, DA MULHER OU COMUNS

Todas elas podem ser procuradas para o encaminhamento de queixas ou denúncias. Busque ajuda e orientação na mais próxima a você.

Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) realizam o atendimento em atenção básica à população em geral, e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) oferecem o atendimento de média complexidade, que inclui o atendimento psicossocial a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

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Ao se deparar com alguma evidência de crime contra crianças e adolescentes na internet, basta acessar o portal da SaferNet Brasil. Em seguida, clique em Denuncie e envie o link do material onde está o suposto crime.

APOIADORES

A implementação desse projeto só foi possível pela parceria e apoio dessas organizações