Igualdade de gênero: 5 livros que falam sobre gênero e diversidade com crianças e adolescentes
Conheça histórias infanto-juvenis que abordam de forma simples e educativa questões de gênero e diversidade sexual
A desigualdade de gênero tão presente em nossa sociedade gera graves consequências. A percepção de que mulheres são inferiores aos homens as objetifica e sexualiza desde a infância, por exemplo, gerando algumas vezes uma realidade repleta de violências contra a mulher – principalmente a violência sexual, violência domésticae ofeminicídio.
Como a desigualdade de gênero afeta meninas e mulheres
Para demonstrar como a ausência de igualdade de gênero é prejudicial a meninas e mulheres, reunimos alguns dados brasileiros dos últimos anos:
- Segundo a campanha #PrimeiroAssédio, criada pela organização Think Olga em 2015, a idade média do primeiro assédio sofrido por mulheres é de 9,7 anos;
- Dados do Ministério da Saúde coletados entre 2011 e 2017 mostram que 85% do total de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram contra o sexo feminino;
- De acordo com o 13º Anuário de Segurança Pública, em 2018, foram registrados 1.206 casos de feminicídio e 263.067 ocorrências de violência doméstica contra mulheres
Por que ensinar igualdade de gênero para crianças e adolescentes
Diante dessas estatísticas alarmantes, fica evidente a importância de ensinar conceitos de igualdade de gênero, diversidade e respeito a crianças e adolescentes – considerando os temas adequados a cada faixa etária. Ensine coisas como: brincadeiras e atividades não têm gênero; é papel de homens e mulheres realizar tarefas domésticas; homens e mulheres devem ter oportunidades iguais; meninos e meninas devem expressar seus sentimentos. Essas informações podem ter um grande papel na formação de pessoas que respeitam toda a diversidade de gênero, sexual e cultural existente na sociedade e que lutam contra qualquer tipo de discriminação e/ou preconceito.
5 livros infanto-juvenis que falam sobre gênero e diversidade
Por isso, trouxemos 5 dicas de livros escritos especificamente para crianças e adolescentes que abordam questões sobre gênero, igualdade e diversidade. Confira:
‘Coisa de Menina’ e ‘Coisa de Menino’
Os dois livros infantis escritos pela autora Pri Ferrari que quebram o antigo estereótipo de que existem ‘coisas de meninas’ (brincar de boneca, vestir cor-de-rosa) e ‘coisas de meninos’ (jogar futebol, vestir azul). Indicados para crianças de 3 a 6 anos, ‘Coisa de Menina’ e ‘Coisa de Menino’ explicam, com uma linguagem simples e ilustrações divertidas, que meninas e meninos têm a liberdade de escolher do que querem brincar e o que querem ser, sem estereótipos e amarras de gênero.
‘Do Jeito que a Gente É’
Escrito pela autora Márcia Leite, o livro aborda, de forma leve, as descobertas comuns da adolescência e, com elas, situações de discriminação, sendo indicado para adolescentes de 13 a 15 anos. ‘Do Jeito que a Gente É’ traz o dia-a-dia dos personagens Chico e Beá, dois adolescentes que passam por um processo de autoconhecimento: enquanto Chico enfrenta dificuldades para se assumir gay para seus familiares e amigos; Beá busca uma maior autoestima e liberdade para ser quem é.
‘Ceci tem Pipi?’
Criado pelo autor francês Thierry Lenain, ‘Ceci tem pipi?’ traz, para crianças de 6 a 8 anos, uma narrativa divertida e colorida sobre a descoberta das diferenças e das semelhanças entre meninos e meninas.
‘As Mulheres e os Homens’
Uma das obras da série ‘Livros para o Amanhã’, que abordam temais atuais como gênero e política, voltada a crianças de 8 a 10 anos, o livro ‘As Mulheres e os Homens’ aborda de maneira leve, bem-humorada e acessível a importância em se discutir a igualdade de gênero, a diversidade e o respeito na sociedade.
‘Tal Pai, Tal Filho?’
Já o livro infanto-juvenil (indicado para crianças a partir de 9 anos) ‘Tal Pai, Tal Filho?’ aborda, de forma didática, a discriminação e preconceito geradas pelos papéis de gênero e pelo machismo. A narrativa gira em torno de um menino cujo grande sonho é tornar-se bailarino, mas não é aceito por seu pai, que diz que dançar não é ‘coisa de homem’. Mesmo assim, o menino enfrenta a resistência do pai e não abandona o seu sonho.
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Promover a igualdade de gênero e o respeito à diversidade é essencial para a prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes.