Projeto Jovens Mobilizadores: Unidos em campo pelo fim da violência sexual contra crianças e adolescentes

Essa matéria foi produzida pela organização Ciranda através do Projeto Conexão Copa apoiado pela Childhood Brasil.

Sabemos que cidades onde ocorrem grandes obras e eventos as vulnerabilidades de crianças e adolescentes também são ampliadas. O desafio é inserir jovens nesse debate e fazer com que eles atuem no combate e prevenção às violências contra crianças e adolescentes. Em Recife, o Instituto Papai resolveu encarar esse desafio e desenvolveu o projeto “Jovens Mobilizadores: Unidos em campo pelo fim da violência sexual contra crianças e adolescentes”.

Leia a matéria que foi produzida pela organização Ciranda através do Projeto Conexão Copa apoiado pela Childhood Brasil.

A iniciativa conta com o apoio da Childhood Brasil e da OAK Foundation e tem como objetivo envolver homens adolescentes e jovens em ações pelo fim da violência contra crianças e adolescentes no contexto da Copa do Mundo. “Em princípio, os jovens não são entendidos como suspeitos em potencial, mas, ao inverso disso, como aqueles que devem ser envolvidos ativamente na construção de outras formas de relações de gênero”, conta Germana da Silva Nascimento, educadora do projeto.

A partir de um contexto educativo que reconhece no saber um poder, o projeto promove oficinas que despertam reflexões voltadas ao empoderamento, reconhecimento de direitos no que tocam à saúde, sexualidade, bem estar e problematização das violências, em particular da violência sexual contra crianças e adolescentes. “Sendo assim, eles aspiram à conquista de jovens formadores de uma experiência de vida não-violenta e prontos a mobilizarem-se contra ela”, diz Germana.

Os jovens compartilham debates e informações sobre o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes sendo multiplicadores dessas informações. “Além disso, em jogos da Copa em Recife faremos ação de campanha, na qual os jovens, educadores e parceiros do Instituto estarão num ponto central da cidade para conversar com a população, principalmente a masculina”, explica a educadora.

Durante o projeto serão capacitados 20 adolescentes, jovens e/ou adultos do sexo masculino com estratégias de identificação e prevenção da violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes por meio da metodologia de educação de pares, utilizando o futebol como mote para sensibilização. Além disso, haverá divulgações por meio de redes sociais e ações durante jogos do mundial.

Explicando o processo

O projeto “Jovens Mobilizadores: Unidos em campo pelo fim da violência sexual contra crianças e adolescentes” teve início em setembro de 2013 e terá duração total de um ano. Contudo, o mesmo grupo de jovens já vinha participando de formações em Recife antes mesmo da aprovação do projeto. Com o apoio da Childhood Brasil as formações foram complementadas com oficinas relativas aos direitos humanos, gênero, enfrentamento à violência contra a mulher, enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, vulnerabilidades masculinas, diversidade sexual, dentre outros.

Após a formação os jovens se tornam multiplicadores de conhecimento e defensores de crianças e adolescentes. “Quando identificarmos maior maturidade teórica e existencial dos jovens em relação ao enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, eles mesmos começam a desenvolver com oficinas a outros jovens”, revela Germana. Durante os jogos da Copa do Mundo o projeto prevê intervenção na estação de metrô que leva à Arena Pernambuco, que sediará os jogos da Copa em Recife. Na ocasião os participantes irão distribuir materiais educativos e promover diálogos sobre a temática da Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Um dos principais objetivos é que os jovens consigam identificar as violências. “Toda vez que um adulto pretende negociar sexo por dinheiro, com promessas de uma vida melhor, presentes e afins com uma criança ou adolescente, a violência é configurada. Não trabalhamos com os jovens apenas para denunciar casos concretamente ocorridos, mas na instrução de tudo aquilo que é enquadrado como violência”, finaliza.

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