Inaugurado em Brasília Centro 18 de Maio para atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, com apoio da Childhood Brasil e UNICEF
A luta contra a violência sexual de crianças e adolescentes em Brasília ganhou força. Em 25 de outubro, o governador Rodrigo Rollemberg inaugurou, no Distrito Federal, o Centro 18 de Maio. A unidade de atendimento está localizada na Asa Sul. A expectativa é de atender cerca de 360 pessoas por ano, levando em conta o número de denúncias recebidas pelo Disque 100 do Distrito Federal.
Este é o primeiro centro de atendimento integrado da região Centro-Oeste do Brasil, sendo provavelmente o sexto do país. Diferente dos demais serviços, neste crianças e adolescentes falam apenas uma vez sobre o fato ocorrido para, em seguida, receber imediatamente todo o encaminhamento necessário. O centro evita a chamada violência institucional, que acontece quando a pessoa que sofreu violência é obrigada a relembrar e recontar o fato em cada um dos serviços. A escuta é qualificada e todo atendimento será integrado.
Além de ser uma das parceiras na capacitação dos profissionais que atuarão no centro, a Childhood Brasil acompanhou todo o projeto desde o seu início, tão importante para o enfrentamento da violência sexual, junto com nomes como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Sabin. O gerente de Advocacy da Childhood Brasil, Itamar Gonçalves, destaca a importância da parceria da ONG na concepção. “Nós não só acompanhamos o lançamento desse atendimento, como participamos dele desde o início. Investimos no centro com ideia de que possamos criar um modelo de atendimento integrado de crianças e adolescentes e, a partir daí, sistematizar a metodologia e replicá-la em outros municípios”, explica.
De acordo com a subsecretária de políticas para crianças e adolescentes do Governo de Brasília, Perla Ribeiro, a união com a Childhood Brasil foi extremamente importante para a realização deste projeto. “A parceria com a Childhood na criação deste centro foi fundamental, pois eles nos proporcionaram a formação de agentes definidores de proteção e encaminhamento de protocolos para o distrito, além da oportunidade de contato com outros centros de atendimento integrado”, ressalta.
Em março deste ano, as ONGs e empresas parceiras do Centro 18 de Maio promoveram um encontro com todos os atores da rede de proteção à criança e ao adolescente. Nele, definiram a plataforma para implantação e fortalecimento deste serviço às vítimas ou testemunhas de violência sexual e abordaram discussões sobre o tema, facilitando o processo de formação do local no Distrito Federal. “Para nós, é fundamental a criação do centro no sentido de que avança mais um passo nesta luta, com a ajuda de redes de proteção de crianças e adolescentes contra o abuso sexual”, finaliza Perla.
Nas primeiras semanas, o centro vai focar na formação dos profissionais e na adequação do fluxo integrado para o atendimento. A partir de 6 de novembro, começa o atendimento das vítimas encaminhadas, por meio dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e Centros de Referência em Assistência Social (Cras), pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e pelos conselhos tutelares do DF. O Hospital Regional da Asa Norte (HMIB) e o Hospital Materno-Infantil de Brasília (HRAN) serão referências em casos de atendimento de saúde.
“Este centro provoca uma grande mudança estrutural para quem necessita deste tipo de serviço. Colocando a criança na centralidade dos serviços de forma protegida.”, completa Itamar.