Childhood Brasil dá dicas de comunicação para abordar a violência sexual infantojuvenil
Tanto a falta de investigação, como no caso Escola Base, quanto o uso equivocado de termos para abordar o tema da violência sexual de crianças e adolescentes, podem comprometer o trabalho do comunicador e ter conseqüências desastrosas. Para ajudar os profissionais da área na divulgação do assunto em reportagens, releases, cartas e outros informativos, a Childhood Brasil preparou algumas Orientações de Comunicação.
“Resolvemos elaborar este material porque sabemos que acertar na comunicação sobre o tema não é uma tarefa fácil para quem não está no dia a dia dessas discussões. Além da dificuldade em acompanhar as mudanças nas nomenclaturas, surgem também muitas dúvidas quanto à forma de abordagem em cada comunicação”, comenta Tatiana Larizzatti, Assessora de Comunicação da Childhood Brasil.
As orientações são apresentadas no website da organização, nas seções Sala de Imprensa e Como Agir para jornalistas, com os termos mais corretos a serem usados na divulgação do tema. Para muita gente é comum, por exemplo, dizer “prostituição infantil”. O correto, no entanto, é exploração sexual de crianças e adolescentes. A expressão “prostituição” é utilizada apenas quando há discernimento sobre a situação e consentimento, por isso só cabe para adultos. Quando meninos e meninas são levados a participar de atos sexuais ou pornográficos em troca de dinheiro, ou quaisquer outros benefícios, estão sendo explorados sexualmente, uma violação de direitos fundamentais.
Há muitas dicas também sobre como retratar a vítima em áudio e vídeo. Uma das recomendações é não usar tarjas pretas nos rostos das crianças, porque podem ser identificada por meio de outras partes do corpo, ou até mesmo por roupas e objetos pessoais. Devem ser utilizados recursos técnicos como a contraluz, a distorção da voz e a imagem desfocada da criança ou do adolescente para preservar a identidade e a integridade de meninos e meninas.
A Childhood Brasil também fomenta a cobertura qualificada sobre o tema por meio do Concurso Tim Lopes de Investigação Jornalística, uma oportunidade para equipes de jornalismo aprimorarem o trabalho de informar e sensibilizar a sociedade, apresentando propostas de reportagem sobre o abuso e a exploração sexual infantojuvenil.
Promovido a cada dois anos através da parceria entre a Chilhood Brasil e a Agência de Notícias dos Direitos da Infância – ANDI, o concurso premia projetos de pauta sobre o assunto, com o objetivo de estimular a imprensa a contribuir para a ampliação e qualificação da cobertura, dando ênfase à discussão das políticas públicas para a prevenção e o atendimento dos meninos e meninas vítimas desta violação de direitos.